Uma equipe internacional de cientistas identificou uma nova espécie de formiga kamikaze que explode, lançando um líquido para defender a sua colônia dos inimigos.
Nas florestas do Bornéu, da Tailândia e da Malásia existem formigas que explodem para defender suas colônias dos inimigos. Agora, um grupo de cientistas descreve na ZooKeys uma nova espécie desse grupo, a Colobopsis explodens.
As chamadas “formigas explosivas” são conhecidas desde 1916. No entanto, esse grupo de insetos só foi descrito cientificamente em 1935, isto porque se achava que antes não havia provas suficientes sobre esse comportamento. Na época, essas formigas foram classificadas como sendo da espécie Colobopsis cylindrica.
Há quatro anos, cientistas da Áustria, Tailândia e do Bornéu quiserem esclarecer o comportamento explosivo das formigas. Para isso, as observaram nas florestas do sudeste asiático e identificaram pelo menos 15 espécies diferentes de formigas explosivas. A Colobopsis explodens é uma nova espécie para a ciência, segundo o Público.
A formiga dessa nova espécie é marrom avermelhada e tem poucos milímetros. Nessa comunidade, há membros que se sacrificam em prol da colônia. No caso dessa espécie, são as operárias pequenas, fêmeas estéreis, que têm esse tipo de comportamento.
Essas verdadeiras formigas kamikaze, quando têm que enfrentar um inimigo, explodem, liberando um líquido amarelo, viscoso e tóxico das glândulas. É assim que saem da vitoriosas dessas batalhas, conseguindo matar ou afastar o inimigo.
“Tem um cheiro distinto que não é desagradável que lembra, estranhamente, curry“, descreve Alice Laciny, entomologista do Museu de História Natural em Viena, na Áustria, e principal autora do estudo, ao The Guardian. Esse líquido amarelo e pegajoso lhes valeu o nome de “viscosas amarelas”.
A tendência suicida é considerada comum a grupos como o das abelhas ou das formigas, que trabalham em grupo. A comunidade e sua proteção se tornam mais importantes do que a integridade do próprio indivíduo. As operárias grandes, conhecidas como “porteiras”, têm cabeças grandes que usam para bloquear a entrada dos formigueiros.
Em uma expedição em 2015, os cientistas observaram um acasalamento entre as formigas macho e as rainhas nessas colônias.
“Recolheram amostras dos primeiros machos dessas formigas”, acrescenta-se no comunicado da editora da ZooKeys. Além disso, a equipe registrou também informações sobre as preferências de alimentação dessas formigas e suas atividades.
Ainda assim, os cientistas acreditam que ainda há muito para ser descoberto sobre essas formigas. “Enquanto as formigas explosivas tiverem um papel determinante nas florestas tropicais, sua biologia continuará a esconder vários segredos.”
Ciberia // ZAP