No mês em que se completa 27 anos da morte de Freddie Mercury, o filme autobiográfico do carismático vocalista do Queen tem desiludido, por não contar toda a verdade sobre o homem complexo que um dia levou a Princesa Diana disfarçada a um bar homossexual.
Apesar da relevância histórica do episódio, e da grande amizade que a Princesa Diana tinha com Freddie Mercury, esse episódio não faz parte do filme autobiográfico sobre o cantor, “Bohemian Rhapsody”.
A história é relatada pela atriz Cleo Rocos no livro “The Power of Positive Drinking”, onde conta como, depois de uma noite de bebida, em que participou a Princesa Diana, Freddie Mercury e o comediante britânico Kenny Everett, também já falecido, acabaram todos em um bar gay de Londres.
Cleo Rocos conta que tudo começou na casa de Kenny Everett, onde beberam várias garrafas de champanhe, enquanto viam a série “Golden Girls” e com cada um deles dando voz a uma das quatro personagens femininas, improvisando diálogos obscenos.
Era 1988 e Diana teria tido a ideia de ir com eles ao famoso bar Royal Vauxhall Tavern, onde Freddie Mercury e Kenny Everett seriam clientes assíduos.
Então, disfarçaram Diana com um casaco militar, um chapéu e óculos de aviador. A princesa foi completamente ignorada no bar, com todas as atenções concentradas em Freddie Mercury e em Kenny Everett, o que a deixou maravilhada, conta Cleo Rocos no livro.
A atriz aponta como a Princesa Diana abriu caminho pelo bar, entre “apertões“, relata o ABC espanhol. “Diana e Freddie não conseguiam aguentar o riso, mas ela ainda foi capaz de pedir um vinho branco e uma cerveja”, conta também.
Freddie Mercury e a Princesa Diana foram amigos durante muitos anos, até que o cantor morreu em 1991, com 45 anos, vítima de uma broncopneumonia, resultado de complicações do HIV-Aids. Um dia antes tinha assumido sua condição de soropositivo.
Um filme maldito
Apesar da amizade importante, a Princesa Diana não faz parte das memórias da vida de Freddie Mercury ilustradas em “Bohemian Rhapsody”, filme que tem sido muito criticado por see considerado pouco autobiográfico.
A obra cinematográfica é encarada como uma versão “higiênica” e “familiar” que toca muito leve na sexualidade do cantor, focando-se mais na relação com Mary Austin, sua melhor amiga, do que no relacionamento que Mercury manteve com o cabeleireiro Jim Hutton (1949-2010), com quem passou os últimos seis anos de vida e que também era soropositivo.
Há quem note que o filme se concentra, sobretudo, nos concertos e na música, esquecendo o homem carismático que catapultou o Queen para o topo da música mundial. Aliás, foi esse o argumento que levou o ator Sacha Baron Cohen, primeiro escolhido para fazer de Mercury, a abandonar o filme.
Rami Malek, que foi uma terceira escolha, depois de o segundo ator também ter deixado o filme, só recebe aplausos pela performance como Freddie Mercury. Mas os elogios ao filme ficam quase por aí.
Dirigido com a produção executiva de Brian May e Roger Taylor, os dois músicos do Queen originais, que atualmente fazem parte da composição da banda, já há quem fale do filme como uma obra amaldiçoada. Para começar porque levou oito anos para chegar aos cinemas, desde o anúncio da produção, feito em 2010.
Além das trocas de atores, o diretor inicialmente escolhido, Bryan Singer, foi despedido no início do ano, sendo substituído por Dexter Fletcher.
E depois da chegada aos cinema, há muitos fãs do Queen que encontram várias falhas históricas na trama. Mas o certo é que o filme está sendo um sucesso de bilheteira.
Ciberia // ZAP