Pesquisadores dos EUA usaram ratos com sintomas de Alzheimer e injetaram RNA neles, quatro vezes por mês – e os sintomas desapareceram.
Atualmente há cerca de 35,5 milhões de pessoas com demência em todo o mundo, mas este número deve chegar a 65.7 milhões em 2030 e a 115 milhões em 2050, segundo relatório da Organização Mundial da Saúde publicado em 2012. A Doença de Alzheimer é a causa mais frequente da demência.
Por isso, conforme a expectativa de vida humana aumenta, a pesquisa nas áreas de diagnóstico e tratamento dessa doença se torna ainda mais importante. Com avanços nas áreas de neurociência e tecnologia, cientistas estão prestes a encontrar tratamentos mais eficazes ou até uma solução definitiva para o combate dos infames sintomas da doença.
Pesquisadores da Universidade de Washington em Missouri (EUA) estão examinando uma proteína em particular e o gene responsável por sua produção no corpo. Ela é chamada de proteína tau, e em um cérebro saudável, ela mantém o funcionamento dos neurônios.
Mas em pessoas com Alzheimer, essas proteínas tau se transformam em emaranhados no cérebro, que são tóxicos.
Para testar se esses emaranhados de proteínas poderiam ser revertidos, os pesquisadores usaram ratos com este emaranhamento e injetaram RNA neles, quatro vezes por mês. O resultado foi que os níveis da proteína tau despencaram, e os emaranhados existentes desapareceram.
A proteína até parou de se espalhar em ratos mais velhos. A expectativa de vida desses animais se tornou mais longa do que em ratos sem a injeção, e eles foram capazes de recuperar algumas características perdidas na mutação.
Vai funcionar em pessoas?
Infelizmente, o mesmo teste em macacos não exibiu resultados tão promissores. A presença de proteínas tau caiu apenas 20%. Outro problema é que os pesquisadores não sabem exatamente os efeitos da redução da proteína no cérebro humano. O cérebro poderia deixar de funcionar normalmente como resultado.
Por isso, ainda é necessário muito trabalho na linha de pesquisa de tratamentos que envolvem injeções de RNA, mas o bom resultado em ratos já é um motivo para continuar neste caminho. Em breve também poderemos ver bons resultados em pessoas.
// HypeScience