Um jornalista americano foi detido na terça-feira (9), no West Virgínia Capitol, por alegadamente ter causado distúrbios no edifício. O repórter decidiu insistir em uma questão, que tinha feito a dois membros da administração Trump, para a qual não conseguia obter uma resposta.
Segundo a BBC, tudo aconteceu quando o jornalista “veterano” Dan Heyman decidiu questionar sobre o plano de saúde ao próprio secretário da Saúde, Tom Price, e à conselheira de Trump, Kellyanne Connway.
O repórter, que trabalha para a Public News Service, queria saber se os casos de violência doméstica vão ter cobertura no novo plano de saúde dos republicanos. Mas, como não obteve resposta, decidiu insistir.
“Ele [Tom Price] não queria responder. Por isso, insisti”, contou o jornalista, agora na posição de entrevistado, a outros órgãos de comunicação americanos, acrescentando que “seguiu” os membros da administração Trump, mas com a camisa e o crachá que o identificavam claramente como sendo da imprensa.
“Este é o meu trabalho, é isto que é suposto eu fazer. Acho que é uma questão que merece ser respondida. Penso que o meu trabalho é fazer perguntas e tentar obter respostas”.
“Só estava tentando fazer o meu trabalho”, lamentou o jornalista, acusado de interferir com processos governamentais e que agora pode vir a enfrentar uma pena de prisão.
De acordo com o relatório policial, Heyman tentava “furar agressivamente a barreira dos agentes dos serviços secretos, ao ponto de os agentes terem sido forçados a removê-lo várias vezes daquela área”.
“O acusado estava perturbando a senhora Conway e o secretário Price”, lê-se ainda, apesar de o jornalista dizer que estava em um local público e que não foi avisado nenhuma vez para se afastar.
A União Americana pelas Liberdades Civis já saiu em defesa de Heyman, argumentando que sua “detenção é uma tentativa gritante de amedrontar uma imprensa livre e independente. As acusações são ultrajantes e devem ser retiradas imediatamente”.
“Eles [administração Trump] têm mostrado, desde o primeiro dia que Donald Trump chegou ao poder, que não querem saber da Primeira Emenda, ou da imprensa livre. Hoje, foi só mais um exemplo disso. É horrível”, afirmou Lynn Crofts, responsável pelo departamento legal da ACLU na Virgínia Ocidental.
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