O rapper Kanye West chorou, no domingo (19), ao proferir um discurso antiaborto, no qual também contestou o papel de heróis da luta contra a escravidão. O evento, realizado em Charleston, Carolina do Sul, marcou o lançamento da campanha do artista na corrida pela presidência dos EUA.
Vestido com um colete à prova de balas com a inscrição “segurança”, Kanye West fez um discurso incoerente durante a reunião, reservada aos convidados. Segundo a imprensa americana, todos tinham de usar máscara e respeitar as regras de distanciamento social. Os participantes do comício também tiveram que assinar um documento assumindo o eventual risco de contaminação pela Covid-19 durante a manifestação.
O ponto alto do discurso foi quando o cantor criticou abertamente o acesso ao aborto dos Estados Unidos. A estrela do rap disse que quis que sua esposa, Kim Kardashian, abortasse quando ela estava grávida de sua filha North.
Arrependido, ele se comparou a seu próprio pai.
“Meu pai queria que minha mãe me abortasse. Minha mãe salvou minha vida. Não haveria Kanye West, porque meu pai estava muito ocupado”, disse o cantor, que começou a chorar neste momento. Logo depois, ele falou algo de forma incompreensível por um minuto e gritou: “Eu quase matei minha filha! Eu quase matei minha filha!”.
O cantor quer que o aborto seja legalizado nos EUA, mas defende que medidas sejam implementadas para desencorajar as futuras mães que pretendem interromper a gravidez.
Na contramão de boa parte do mundo, em 2019, vários estados norte-americanos adotaram leis que proíbem o aborto no país. Outros estados também adotaram medidas que visam restringir ao máximo o acesso à interrupção da gravidez.
// RFI