O juiz Brett Kavanaugh foi oficialmente nomeado neste sábado (6) para a Suprema Corte dos Estados Unidos após uma votação no Senado que contabilizou 50 votos a favor e 48 contra.
Kavanaugh chega ao topo da Justiça norte-americana, apesar das acusações de agressão sexual, em um procedimento que dividiu de maneira inédita a população dos EUA, a um mês de eleições de meio mandato.
A nomeação foi comemorada como vitória capital para os republicanos, e especialmente para Donald Trump. Trata-se do epílogo de uma novela que fascinou – e dividiu – a América nas últimas semanas.
Enquanto o juiz Brett Kavanaugh era alvo de uma investigação do FBI sobre acusações de agressão sexual por 3 mulheres nos últimos 5 dias, uma estreita maioria de senadores finalmente rejeitou as acusações e votou a seu favor no Supremo Tribunal. Os republicanos em geral, e o presidente Trump em particular, tiveram uma grande vitória.
A Suprema Corte é a mais alta autoridade legal para decidir sobre grandes debates sociais, como o direito ao aborto, o Obamacare ou casamento entre pessoas do mesmo sexo. Suas decisões são sem apelo e os juízes são nomeados para a vida pelo presidente em exercício.
Nesse sentido, entende-se melhor o desafio de Donald Trump de ver seu candidato conservador, Brett Kavanaugh, sair vitorioso nesta nomeação. Aos 53 anos, espera-se que ele permaneça por várias décadas na instituição e influencie a Corte Suprema em direção a posições muito mais conservadoras.
Mesmo se seus detratores previram apenas falhas, tudo parece estar indo bem para o 45º Presidente dos Estados Unidos.
Esta vitória veio cinco dias após a assinatura de um novo acordo de livre comércio com o México e o Canadá, uma de suas principais promessas de campanha, que parecia impossível. Sem mencionar uma taxa de desemprego que nunca foi tão baixa desde 1969 (3,7%) e uma Bolsa de Valores de Nova York que não para de quebrar recordes.
A um mês das eleições de meio mandato, os indicadores parecem verdes para Donald Trump. Confiante no fato de que sua base eleitoral não o decepcionará, ele até sonha em fortalecer a presença dos republicanos nas duas casas do Congresso. Uma hipótese que parecia impossível há alguns meses, mas que o presidente norte-americano, com seu mais recente sucesso, agora pode considerar seriamente.
Diante desse rolo compressor, o Partido Democrata patina. Sem uma diretriz, sem um verdadeiro líder, ele parece incapaz de reverter uma tendência que é confirmada dia-a-dia.
// RFI