O governo britânico rejeitou nesta quinta-feira (11) o pedido do Equador para conceder estatuto diplomático ao fundador do portal WikiLeaks, noticiaram vários meios de comunicação.
O Ministério dos Negócios Estrangeiros britânico recusou o pedido e lembrou a Quito que a única solução é Julian Assange se entregar à justiça, de acordo com a informação divulgada nas edições digitais da mídia inglesa.
O estatuto diplomático permitiria ao fundador do WikiLeaks deixar a embaixada equatoriana em Londres, onde vive há mais de cinco anos.
De acordo com uma fonte do Foreign Office, citada pelo The Guardian, “o governo do Equador solicitou recentemente o estatuto diplomático para Assange”, mas “o Reino Unido não atendeu a esse pedido” e Londres “nem sequer se encontra em conversas com o Equador sobre esse assunto”.
“O Equador sabe que a forma de resolver este problema é Julian Assange deixar a embaixada para enfrentar a justiça”, acrescentou a mesma fonte ao jornal.
Por seu lado, o The Times assegurou que o fundador do WikiLeaks “recebeu um passaporte e documentos de identidade equatorianos, alimentando a especulação de que em breve poderia ser transferido da embaixada em Londres”. O diário também deu conta do “não” do governo britânico ao pedido de Quito.
A mídia do Equador escreveu, na terça-feira (9), que Assange tinha recebido um documento de identidade equatoriano, mas a diplomacia do país não confirmou a informação.
Nesse mesmo dia, a ministra dos Negócios Estrangeiros equatoriana, María Fernanda Espinosa, afirmou que os rumores relativos à possibilidade de ser concedida nacionalidade equatoriana a Assange “não mereciam nem os comentários nem as opiniões” da diplomacia, ainda mais se tratando de um assunto “tremendamente delicado” que se aborda de forma bilateral com o Reino Unido.
Julian Assange se refugiou na embaixada do Equador em Londres, em junho de 2012, para escapar do mandado de prisão europeu emitido pela Suécia, na sequência de acusações de violação sexual, as quais sempre negou, afirmando que as relações sexuais com a denunciante foram consentidas.
O mandado foi retirado em maio do ano passado, depois de a procuradoria sueca ter anunciado o abandono do processo por violação contra o fundador do WikiLeaks, encerrando uma saga judicial que durava desde 2010.
Apesar da decisão da procuradoria sueca, Assange continua na representação diplomática por receio de ser preso pelas autoridades britânicas e deportado para os EUA, onde pode ser julgado pela publicação de documentos militares e diplomáticos confidenciais.
O WikiLeaks, lançado em 2006, se tornou conhecido por divulgar vídeos do exército norte-americano em Bagdá, no Iraque, e depois por tornar públicos relatórios confidenciais das Forças Armadas norte-americanas sobre a guerra no Afeganistão e no Iraque.
No entanto, é com a divulgação, em finais de novembro de 2010, de milhares de telegramas diplomáticos norte-americanos que Assange e seu site se tornaram definitivamente um alvo para a administração norte-americana.
Ciberia // ZAP