Uma menina de 10 anos sobreviveu ao primeiro caso na Espanha de Meningoencefalite Amebiana Primária (MAP), uma doença mortal em 97% dos casos.
Uma criança de 10 anos, de Toledo, na Espanha, conseguiu sobreviver a uma Meningoencefalite Amebiana Primária (MAP), doença com alta taxa de mortalidade e muito rara. No mundo, informa o Observador, há apenas uma dúzia de sobreviventes. A menina é o primeiro caso do gênero registrado no país ibérico.
Em março, a menina foi levada ao Hospital Virgen de la Salud de Toledo, reclamando de dores de cabeça muito fortes, febre e rigidez no pescoço, sintomas associados à doença rara. Ainda assim, chegar ao diagnóstico foi uma verdadeira luta.
O diário relata que os primeiros exames descartaram as hipóteses de origem viral ou bacteriana. Desse modo, os médicos espanhóis necessitaram identificar uma patologia que, até então, era desconhecida na Espanha.
Após vários exames, e com o acompanhamento do Centro Nacional de Microbiologia (CNM) e do Instituto Universitário de Doenças Tropicais e Saúde Pública das Canárias, da Universidade de La Laguna, os médicos conseguiram chegar a uma conclusão exata.
Ao El País, Isabel Fuentes Corripio, chefe de unidade no CNM, disse que “essas são provas muito complexas, que requerem amostras adequadas com amebas viáveis, experiência nesse tipo de cultura, provas moleculares… Foi a primeira vez que identificamos a Naegleria fowleri em humanos e foi um desafio”.
A menina passou por um duro tratamento com antiparasitários administrados por via intravenosa, que vai diretamente ao cérebro da criança, já que nesses casos a aplicação de antibióticos não é suficiente.
“A equipe médica atuou com rapidez e o tratamento chegou ao lugar exato”, explicou Manuel Tordera, diretor geral do Departamento de Saúde Pública da Junta de Comunidades de Castilha. Nesse caso, o especialista se referia ao sistema nasal, dado que é através do nervo olfatório que a ameba é conduzida e ataca a meninge e o encéfalo.
A criança continua vigiada devido à possibilidade de efeitos secundários.
Em junho deste ano, a equipe investigou o local de contágio. Para isso, seguiu todos os lugares frequentados pela criança e chegou até a piscina de Torrijos, local que frequentava todas as semanas. Os pesquisadores retiraram amostras da água para análise e foi descoberta a presença do parasita.
Ainda assim, revela o periódico, a equipe médica estranhou, dado que os níveis de cloro da piscina estavam de acordo com os estipulados pela normativa de Castilha. A prefeitura deu, então, ordem para fechar a piscina, seu esvaziamento e solicitou que os filtros fossem limpos.
Apesar de já terem voltado a encher a piscina e aumentado os níveis de cloro, o pólo esportivo ainda se mantém fechado ao público.
Ciberia // ZAP