Um novo estudo aponta que o morango pode ser um bom aliado no combate de doenças intestinais inflamatórias crônicas (DII), que afetam milhões de pessoas em todo o mundo. Estas inflamações retrocederam em cobaias, que receberam ração com morangos.
Por todo o mundo, milhões de pessoas sofrem de doença de Crohn e colite ulcerosa, ambas DII. A nova pesquisa, publicada esta semana na Science Daily, revela que o estilo de vida e alimentação dos pacientes podem desempenhar um papel importante.
Segundo os pesquisadores, as frutas e os legumes são alimentos benéficos para os portadores de DII, embora não se possa generalizar. Contudo, esse estudo indica a possível existência de um verdadeiro superalimento para estes pacientes: o morango.
Pesquisadores da Universidade de Massachusetts, liderados pelo nutricionista Hang Xia, testaram seu efeito em ratos com inflamação intestinal crônica. As cobaias que tinham recebido regularmente ração enriquecida com morangos passaram a ter menos diarreias, ganharam peso e as inflamações acabaram retrocedendo.
Além disso, nas DII, o número das bactérias nocivas no intestino tende a aumentar, enquanto as bactérias úteis diminuem. Com o complemento alimentar, a tendência se inverteu: tanto a flora intestinal como o metabolismo das cobaias se normalizou.
A “mini-dose” de morangos administrada aos animais equivale, em termos humanos, a mais ou menos uma xícara. Segundo os pesquisadores, o importante é que sejam frutos naturais e inteiros, não podendo haver recurso a extratos ou compostos parciais.
“Caso contrário, negligencia-se o efeito de outros componentes importantes dos frutos, como as fibras e ligas fenólicas relacionadas, impossíveis de se extrair com solventes”, explica Yanhui Han, um dos cientistas do estudo.
O próximo passo implica testar o efeito terapêutico dos morangos em humanos. Para isso, Hang Xiao e sua equipe vão trabalhar com pacientes com DII.
No entanto, os pesquisadores não aconselham, por enquanto, os portadores da doença de Crohn ou colite ulcerosa a alterar sua alimentação por iniciativa própria: a mudança só deve ser feita junto de um médico especializado.
Outro estudo, conduzido recentemente pela Universidade de Coimbra, em Portugal, mostrou que a folha de morangueiro silvestre pode ajudar a combater infecções gástricas e o câncer do estômago. O trabalho científico foi publicado no Journal of Functional Foods.
Ciberia // Deutsche Welle / ZAP