O Tyrannosaurus rex, conhecido por ser uma das criaturas mais terríveis que já existiu, não tinha uma mordida assim tão impressionante, tendo em conta o tamanho do seu corpo.
Novas análises feitas por cientistas da Universidade de Reading e da Universidade de Lincoln mostraram que a evolução do T-rex não tinha uma forte necessidade de ter uma mordida esmagadora para matar a presa.
Em vez disso, o dinossauro tinha uma força de mordida (57 mil newtons) que era completamente média para a sua massa corporal – cerca de 8 toneladas – e que evoluiu gradualmente ao longo de dezenas de milhões de anos.
Comparativamente, descobriu-se que um pintassilgo terrestre dos Galápagos tinha a mordida mais poderosa em relação ao tamanho do corpo de todos os animais do estudo, acumulando impressionantes 70 newtons de força, mesmo pesando apenas 33 gramas.
Isso faz com que a força de mordida do pássaro seja 320 vezes mais potente do que a do T-rex. Além disso, a ave evoluiu sua mordida com relativa rapidez, em menos de 1 milhão de anos.
O estudo também sugere que a inteligência humana pode ter nos levado a ter uma mordida extremamente fraca. Isso é devido à evolução de cérebros maiores, que ocupam o espaço onde os músculos críticos para morder com mais força estariam.
Manabu Sakamoto, biológico da Universidade de Reading e principal autor do estudo, publicado em 9 de janeiro nos Proceedings of the Royal Society B: Biological Sciences, disse: “A imagem do T-rex com suas mandíbulas ferozes o ajudou a se tornar o mais icônico dos dinossauros, mas a pesquisa mostra que sua mordida não foi notável. A força da mordida não foi o que deu ao T-rex vantagem evolutiva”.
“Grandes predadores como o T-rex poderiam gerar força de mordida suficiente para matar suas presas e esmagar ossos apenas por serem grandes, não porque tivessem uma mordida desproporcionalmente poderosa. Isso contraria a ideia de que uma necessidade excepcional de uma mordida poderosa levou essas antigas feras a evoluir forças de mordida que esmagam os ossos”.
Chris Venditti, da Universidade de Reading, coautor da pesquisa, disse: “O estudo fornece uma nova visão das últimas teorias sobre a velocidade e os impulsionadores da evolução. Também nos permite criar alguns confrontos hipotéticos fascinantes. O proclamado Rei dos Dinossauros não seria um rival de um pássaro em uma luta, se fossem do mesmo tamanho”, concluiu.
Ciberia // ZAP