Arqueólogos espanhóis desenterraram uma múmia com três mil anos, em “muito boa condição”, na antiga cidade egípcia de Luxor.
Foi assim que o Ministério das Antiguidades do Egito anunciou a descoberta, evidenciando as boas condições de preservação do sarcófago encontrado próximo de um templo construído na era do Faraó Tutmés III.
Uma equipe de arqueólogos espanhóis está fazendo escavações no local desde 2008, em uma zona com uma “riqueza arqueológica extraordinária”, como salienta a líder da pesquisa, Myriam Seco Alvarez, em declarações ao jornal espanhol El Mundo.
A pesquisadora destaca que já foi possível encontrar “materiais e informações” de várias dinastias de Faraós e que as escavações estão revelando um “templo de proporções faraônicas”, “com 100 metros de fachada e 150 metros de comprimento”.
“O templo está surgindo do nada. É como se voltasse à vida”, realça a arqueóloga.
Foi nesse contexto que foi encontrada a múmia de três mil anos, que deve pertencer ao nobre Amenrenef, um servo da casa real de Tutmés III.
“Era uma personagem importante na corte que se ocupava de tudo. Um assessor da Casa Real”, explica Alvarez no El Mundo, apontando que a múmia estava envolta em gesso e em linho e dentro de um sarcófago de madeira exuberantemente colorido.
Datado dos séculos XI ou X a.C., entre os anos 1075 e 664, o sarcófago está adornado com vários símbolos religiosos do antigo Egito e a descoberta está tendo repercussão mundial, do Ocidente à Al Jazeera.
“O sarcófago estava comido pelas térmitas. Apenas se conservam os pés e a cara. Contudo, dentro encontramos uma cartonagem muito frágil, mas que mantém uma decoração muito colorida. É uma verdadeira preciosidade“, conta Alvarez ao jornal El Mundo.
A arqueóloga explica que “tem desenhados todos os elementos simbólicos da religião egípcia”, nomeadamente “símbolos solares, como o disco solar ou a cobra; as deusas protectoras Isis e Neftis com as suas asas abertas; os quatro filhos de Hórus encarregados de guardar as vísceras do defunto ou os falcões protectores também com as asas abertas”.
E depois do desafio de retirar o sarcófago intacto de um “nicho” muito reduzido, os pesquisadores vão agora analisar seu interior, recorrendo a técnicas de raios-X para apurar o verdadeiro estado da múmia, mais precisamente se carrega jóias ou outros artefatos.
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