De acordo com um novo estudo conduzido pela NASA, publicado na revista Earth and Planetary Science Letters, há 3,5 bilhões de anos a Lua teve uma atmosfera escaldante, relativamente densa, formada a partir de erupções vulcânicas.
Os astrônomos sempre pensaram que a Lua completamente seca. No entanto, de acordo com um estudo publicado na Earth and Planetary Science Letters, há 4,5 bilhões de anos, o oceano de magma que cobria o então recém-nascido corpo celeste liberou escaldantes vapores de sódio e enxofre – que formaram uma efêmera atmosfera lunar.
A descoberta foi possível após uma nova análise de amostras recolhidas na Lua há 45 anos, durante as missões Apollo 15, em 1971, e Apollo 17, em 1972. Os cientistas detectaram nas amostras componentes de diversos gases, entre os quais monóxido de carbono e enxofre.
A superfície do nosso satélite apresenta atualmente uma atmosfera estável e rarefeita. Mas a atmosfera lunar primordial, formada por vulcões, era muito mais densa, com uma pressão superficial 1,5 vezes maior que a de Marte, por exemplo – ou seja, era 1% da densidade atmosférica da Terra, explica a New Scientist.
Este tipo de atmosfera lunar existiu durante 70 milhões de anos, antes de se perder para o espaço. Atualmente, a Lua é considerada uma “rocha” incapaz de qualquer atividade vulcânica. Mas há “apenas” 1 bilhão de anos, sua erupção mais potente poderia liberar até 10 bilhões de toneladas de gás, além de quilômetros de lava, estima o estudo.
Esta série de erupções aconteceu há cerca de 3,7 bilhões de anos, quando o “coração” da jovem Lua ainda estava quente.
“O estudo muda dramaticamente a forma como nos habituamos a ver a Lua: um corpo rochoso sem ar, até um que esteve coberto por uma atmosfera mais dominante do que aquela que hoje rodeia Marte”, diz o coautor do estudo, David Kring.
Ciberia // Sputnik News / ZAP