Amigos da Princesa Diana querem impedir o canal de televisão britânico Channel 4 de transmitir o documentário que inclui gravações em vídeo, no qual fala sobre sua vida sexual e os problemas do casamento com o Príncipe Charles.
O documentário “Diana: In Her Own Words” (Diana: Em suas próprias palavras) será transmitido pelo Channel 4 no próximo domingo (6) e surge no âmbito do aniversário dos 20 anos da morte da chamada “Princesa do Povo”.
No centro do documentário estão vídeos gravados pelo professor de oratória de Diana, Peter Settelen, entre 1992 e 1993, que nunca foram divulgados no Reino Unido.
O Channel 4 assegura que as gravações oferecem uma “visão única” da princesa, mas, segundo a BBC, uma amiga próxima de Diana, a empresária Rosa Monckton, considera que está em causa uma traição da privacidade dela.
Monckton escreveu ao canal pedindo para não divulgar os vídeos e diz ao The Guardian que seu conteúdo “não pertence ao domínio público”. “É uma traição da sua privacidade e da privacidade da família”, considera a empresária.
Os vídeos foram gravados no Palácio de Kensington, em Londres, por Peter Settelen, contratado pela Princesa de Gales, entre 1992 e 1993, para ajudá-la a falar em público.
Diana fala sobre seu casamento com o Príncipe Charles, sobre sua vida sexual e sobre como confrontou o então marido sobre seu caso com Camilla Parker Bowles, a agora Duquesa da Cornualha.
“Obsceno e imoral”
O ex-porta-voz real Dickie Arbiter critica o Channel 4 de estar simplesmente interessado em ganhar dinheiro, em declarações no programa “Victoria Derbyshire”, da BBC. “Esses vídeos foram gravados em privado como parte de um treino. Qualquer coisa feita atrás de portas fechadas continua privada”, atesta.
“É muito obsceno mostrarem isso – e imoral, francamente“, diz a biógrafa real Penny Junor à BBC. “Quando Diana gravou aquilo, o casamento tinha acabado de terminar, tinham se separado – ela não estava bem“, acrescenta, considerando que a princesa “nunca quis que essas gravações fossem ouvidas por ninguém”.
Assim, conclui Penny Junor, o documentário é uma “exploração”.
As gravações voltaram às mãos de Settelen em 2004, após uma disputa legal com o irmão de Diana, Earl Spencer, que reclamou que lhe pertenciam. Os vídeos estavam sob o poder da Scotland Yard (a polícia metropolitana de Londres), depois de serem apreendidos em uma operação na casa do ex-mordomo real, Paul Burrell, em 2001.
Extratos dos vídeos foram divulgados nos EUA, em 2004, depois de terem sido vendidos ao canal norte-americano NBC. No Reino Unido, a BBC chegou a planejar mostrar as gravações como parte de um documentário, em 2007, o ano do 10º aniversário da morte de Diana, mas desistiu da ideia.
“Um documento histórico”
O advogado de Peter Settelen, Marcus Rutherford, defende a difusão das gravações, alegando que “o argumento da privacidade falha” porque a polícia, a família Spencer e, provavelmente, até o mordomo real já viram os vídeos.
“O que era privado entre Peter Settelen e Diana de Gales foi na verdade perdido no processo”, considera Rutherford, conforme cita a BBC. O advogado acrescenta que Diana estava se separando do marido, na época em que foram feitas as gravações, e que “queria que o mundo soubesse o que estava acontecendo”.
O vice-diretor de criação do Channel 4, Ralph Lee, também defende a divulgação, notando que os vídeos são como um “documento histórico incrível” que “nos permite criar um novo retrato de Diana”, conforme refere à BBC.
Um porta-voz do Channel 4 vinca também à estação britânica que os vídeos constituem “uma visão única” sobre as “preparações de Diana para ter uma voz pública e contar sua história pessoal”.
Sexo de três em três semanas
As gravações causam polêmica porque, além de incluir Diana a treinar técnicas de voz, também a revelam falando da sua vida sexual com Charles, contando que o herdeiro da coroa britânica só queria fazer sexo com ela de três em três semanas, conta o The Sun.
Recentemente, foram divulgadas outras gravações em que a Princesa Diana fala do “desespero” que vivia e diz que chegou a se jogar das escadas, quando estava grávida de William, para chamar a atenção do marido, e desabafa, nas gravações feitas em 1991, que sofreu de bulimia e ansiedade por causa da tensão que sentia no casamento.
Diana morreu em um acidente de carro, em Paris, no dia 31 de agosto de 1997. Uma investigação recente apurou que a princesa estava em um carro com defeito.
O que comentar ante intrigas e gossips palacianos. Só lamento por quererem que um humano (DIANA) ser uma deusa e um deus (Jesus) ser humano. WS. Camará, 2 de agosto de 2017.
Mesmo após 20 anos, insistem em não deixar a mulher descansar em paz. Um ser humano como qualquer outro, que jogue a primeira pedra aquele que estiver acima do bem e do mal.