A cidade japonesa de Osaka ameaça cortar laços de uma relação que dura há 60 anos com São Francisco depois de a cidade norte-americana ter aprovado erguer uma estátua em homenagem às “mulheres de conforto”.
O prefeito de São Francisco, Edwin M. Lee, aprovou o levantamento de uma estátua, em setembro, em homenagem às mulheres que foram escravas sexuais do exército nipônico antes e durante a Segunda Guerra Mundial.
O lado japonês não teria gostado e, na sexta-feira (24), o chefe do gabinete do governo japonês, Yoshihide Suga, afirmou que “a colocação de monumentos de ‘mulheres de conforto’ nos EUA e em outros países vai contra a posição de arrependimento que o Japão tem sobre o assunto”.
O governador da cidade japonesa de Osaka, Hirofumi Yoshimura, anunciou que iria pôr fim aos laços que tinha com a cidade norte-americana de São Francisco, alegando que a confiança mútua “foi completamente destruída“. O governo de Osaka pretende enviar uma notificação formal a São Francisco em dezembro.
Segundo o jornal português Expresso, a estátua está colocada na Praça Saint Mary, no bairro de Chinatown, na cidade californiana. A obra representa uma mulher coreana, uma chinesa e uma filipina e estão de pé, de mãos dadas, sob o olhar atento de Kim Hak-sun. A estátua retrata as jovens recrutadas pelo exército japonês para prestar serviços sexuais aos soldados.
A sul-coreana Kim Hak-sun, que faleceu em 1997, foi uma defensora dos Direitos Humanos e a primeira mulher a testemunhar sobre sua experiência como “mulher de conforto”, durante a ocupação japonesa na Coreia.
Cerca de 200 mil mulheres, principalmente coreanas e chinesas, foram forçadas a ser escravas sexuais, entre o início dos anos 30 e o fim da Segunda Guerra Mundial.
O Japão negou durante anos o sistema de escravidão sexual militar, até 1993, ano em que várias mulheres começaram a denunciar os abusos a que estavam sujeitas. O Japão pediu desculpa pelo sucedido.
Desde a época, dezenas de estátuas foram construídas em homenagem às “mulheres de conforto” em países como a Alemanha, Austrália e agora os EUA.
Ciberia // ZAP