Preparado para a prisão, Sérgio Côrtes não poupou esforços para enganar a Justiça Federal. Três gravações entregues por César Romero ao Ministério Público Federal revelam as tramoias.
Em um dos diálogos, Côrtes tentou combinar delação com Romero para esconder informações relevantes sobre contratos da época do Into e do esquema de licitação na Secretaria Estadual de Saúde do Rio de Janeiro.
Entre os citados na conversa, estão o filho de Sérgio Cabral, Marco Antônio; Carlos Miranda, operador de Cabral; Sérgio Eduardo Vianna Júnior, cunhado de Côrtes; Cláudio Vianna, irmão de Romero, e Miguel Iskin, presidente da Oscar Iskin.
Côrtes preparava ainda álibi para não ficar preso. Segundo o juiz Marcelo Bretas, Côrtes se desfez de patrimônio, como obras de arte.
“Teria cirurgia de coluna pré-agendada para, acaso fosse decretada a sua prisão, ter munição para requerer uma liberdade provisória para realizar o tratamento”, destacou Bretas na decisão. De acordo com o magistrado, outro que estava se desfazendo de patrimônio era o empresário Miguel Iskin.
Desde junho de 2014, Côrtes fazia parte da diretoria da Rede Copa D’or na área médico-assistencial, mas foi desligado ontem. Os advogados Gustavo Teixeira e Rafael Kullmann, que representam Côrtes, informaram em nota que “seu cliente tem todo interesse em elucidar os fatos atribuídos a ele e que no momento oportuno provará sua inocência”.
// Rede GNI