Um bando de gaivotas, um quarto virado do avesso e um curto-circuito fizeram com que Nick Burchill fosse banido de um hotel de cinco estrelas. Mas 18 anos depois, pediu desculpa e o hotel o aceitou de volta.
Nick Burchill destruiu o quarto do hotel de cinco estrelas Fairmont Empress em Victoria, na Colômbia Britânica, no Canadá, provocou um curto-circuito e quase arruinou um evento para turistas, em 2001. A sucessão de eventos infelizes lhe valeu o título de pior hóspede do mundo, tendo a unidade hoteleira tornado-o persona non grata.
Agora, quase 18 anos depois, Burshill escreveu uma carta na qual pede perdão, e o Empress decidiu aceitá-lo de volta. Na carta, o hóspede recorda alguns dos acontecimentos infelizes que mancharam sua estadia e que culminaram na decisão radical, por parte do hotel, de bani-lo para sempre das instalações.
Segundo o Diário de Notícias, tudo aconteceu em 2001, quando Burshill tinha acabado de conseguir um emprego, ao mesmo tempo que fazia parte do contingente de Reserva da Marinha do Canadá. O quarto no Empress Hotel tinha sido reservado uma vez que o homem, da Nova Escócia, estaria presente no primeiro evento formal da empresa.
A missão passava também por levar o famoso “Brother’s Pepperoni”, de Halifax – uma iguaria muito conhecida no país – aos colegas da Marinha. O pepperoni chegou ao hotel em uma mala, que havia sido extraviada. Mesmo sabendo que o salame ainda estaria bom, Nick Burshill quis colocá-lo num local fresco.
Como não tinha frigorífico no quarto, decidiu colocar o salame junto à janela. Espalhou as fatias no parapeito e saiu para dar uma volta. Quando retornou, não encontrou o salame. Em vez disso, se deparou com um bando de gaivotas. “Não tive tempo para contá-las mas deveriam ser 40.”
“Caso estejam se perguntando, o pepperoni faz coisas desagradáveis ao sistema digestivo das gaivotas. Como podem imaginar, o quarto estava coberto por porcaria de gaivota”, descreve o hóspede na carta, publicada no Facebook.
O canadense acabou conseguindo que as gaivotas saíssem do quarto (ainda que a muito custo), só que a mais teimosa delas decidiu voltar e entrar em busca de mais salame. Nick Burshill acabou atirando um sapato contra ela, e tanto o sapato, como a gaivota, voaram pela janela.
Para seu espanto, outra gaivota decidiu permanecer dentro do quarto. Burshill a embrulhou numa toalha e, sem piedade, a atirou pela janela.
No entanto, o que o canadense não sabia era que decorria no hotel de cinco estrelas um chá refinado, que acabaria arruinado devido à situação insólita com que Nick se deparou. O sapato e a gaivota embrulhada pousaram em cima de um grupo de turistas que chegava para o chá.
Mas o pesadelo não terminou por aí. Já atrasado para o jantar, Burshill começou a se preparar para sair quando percebeu que tinha apenas um sapato – o outro tinha voado pela janela e pousado na cabeça de um turista.
Nick desceu os quatro andares em busca do sapato, pegou-o completamente molhado e tentou secá-lo com o secador do banheiro, explica o DN. “O sapato secava bem, quando o telefone tocou.”
Quando saiu do banheiro para atender a chamada, o secador acabou caindo no lavatório cheio d’água, causando um curto-circuito e cortando parte da energia do hotel. Foi aqui que percebeu que teria de pedir ajuda à recepção para “arrumar a confusão”.
“Ainda me lembro da cara da senhora quando abri a porta. Eu não sabia o que dizer, por isso apenas pedi desculpa e saí para jantar. Quando voltei, minhas coisas tinham sido mudadas para um quarto muito menor”, contou o hóspede.
Dias mais tarde, a empresa de Nick Burshill recebeu uma carta do hotel, na qual informava que Burshill tinha sido banido, uma decisão que respeitou durante 18 anos. Passados tantos anos, Nick Burshill decidiu que já tinha “cumprido” o castigo e, no fim de março, publicou no Facebook um pedido de perdão ao hotel.
O hotel tomou conhecimento da postagem. “Ryan, o gerente, me disse verbalmente que eu sou novamente um hóspede bem-vindo“, anunciou Burshill.
Ciberia // ZAP
