A polícia britânica anunciou nesta sexta-feira (25) duas novas prisões após a descoberta, perto de Londres, de corpos de 39 chineses em um caminhão. A imprensa local revela mais detalhes sobre as investigações.
Um homem e uma mulher de 38 anos, moradores da cidade de Warrington, no norte da Inglaterra, foram presos e são suspeitos de tráfico de seres humanos e de 39 homicídios, informou a polícia. O motorista, um norte-irlandês de 25 anos, foi detido na quarta-feira (23) e permanece sob custódia por assassinato, acrescentou o comunicado.
Os 39 corpos foram descobertos na madrugada de quarta-feira na zona industrial de Grays, Essex, a cerca de 30 quilômetros a leste de Londres. O contêiner-frigorífico, onde os corpos foram encontrados, realizou uma viagem de cerca de nove horas do porto belga de Zeebrugge a Purfleet, no Reino Unido.
Segundo autoridades, o veículo foi emplacado na Bulgária em 2017, mas desde então, não retornou ao país. Não se sabe, até o momento, se os chineses embarcaram no caminhão na Bélgica ou em outro país da Europa.
A empresa Global Trailer Rentals (GTR), baseada em Dublin, confirmou ser a proprietária do contêiner-frigorífico. Ela indicou ter alugado o compartimento a um cliente no último 15 de outubro por € 275 semanais.
De acordo com o jornal britânico The Times, os moradores dos arredores do porto de Purfleet alertaram as autoridades diversas vezes sobre “atividades suspeitas” na região. Alguns deles afirmam terem visto pilhas de passaportes ou grupos de pessoas em caminhões ou vans. Um motorista de táxi também indicou ter visto, em meados de 2017, pessoas saindo de caminhões em estradas da zona portuária no sudeste da Inglaterra.
As autoridades britânicas afirmam que a quantidade de imigrantes que entram clandestinamente no Reino Unido a bordo de contêineres ou caminhões aumentou nos últimos anos. Segundo a Agência Nacional Contra o Crime (NCA), “os métodos são cada vez mais arriscados”, nos portos de Calais, na França, de Zeebruges, na Bélgica, bem como pelo Eurotúnel, que atravessa o Canal da Mancha.
// RFI