O Serviço Bolivariano de Inteligência (Sebin) da Venezuela voltou a deter na madrugada desta terça-feira (1º) os políticos opositores Leopoldo López e Antonio Ledezma, que estavam em regime de prisão domiciliar. As informações são da agência de notícias EFE.
“Acabam de levar Leopoldo de casa. Não sabemos onde ele está, nem para onde o levaram. (Nicolás) Maduro é responsável se algo lhe acontecer“, disse Lilian Tintori, a esposa de López, através do Twitter.
O deputado Richard Blanco, coordenador do partido Alianza Bravo Pueblo (ABP), indicou que o Sebin também levou “o prefeito Ledezma” nesta madrugada.
Alguns dirigentes do Vontade Popular (VP), o partido de López, bem como do ABP, a legenda de Ledezma, reiteraram essas informações, responsabilizaram o presidente Nicolás Maduro pela integridade física de ambos e asseguraram desconhecer o local para onde eles foram levados.
Vários representantes da coalizão opositora Mesa da Unidade Democrática (MUD) divulgaram um vídeo que mostra Ledezma sendo retirado de sua residência – onde estava em regime de prisão domiciliar desde 2015 – por funcionários do Sebin.
Uma fonte próxima a López confirmou que também foram funcionários do Sebin os que levaram o opositor de sua residência, onde ele cumpria prisão domiciliar desde 8 de julho.
Ledezma foi detido em fevereiro de 2015 acusado de conspiração e formação de quadrilha e, após dois meses na prisão militar de Ramo Verde, recebeu uma “medida cautelar” e, por motivos de saúde, passou a cumprir a pena em sua residência. Quase dois anos e meio após sua detenção, Ledezma ainda não foi condenado.
López, por sua vez, passou mais de três anos na mesma prisão e seus advogados denunciaram que ele foi torturado em várias ocasiões.
EUA impõem sanções econômicas diretas a Maduro
O governo dos Estados Unidos impôs nesta segunda-feira (31) sanções econômicas diretas contra o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, entre elas o congelamento de ativos sob jurisdição americana. A medida foi anunciada pelo Departamento do Tesouro um dia após a eleição da Assembleia Nacional Constituinte na Venezuela.
“As eleições ilegítimas […] confirmam que Maduro é um ditador que ignora a vontade do povo venezuelano”, afirmou o secretário do Tesouro, Steven Mnuchin, em comunicado.
“Sancionando Maduro, os EUA deixam claro nossa oposição às políticas desse regime e o nosso apoio às pessoas da Venezuela que procuram devolver uma democracia completa e próspera ao país”, completou a nota.
Com a sanção, foram congelados todos os ativos que Maduro possa ter sob jurisdição americana. Cidadãos dos EUA também estão proibidos de fazer qualquer transação com o presidente venezuelano.
Dessa forma, os EUA acrescentaram Maduro na lista de 13 servidores e ex-servidores venezuelanos punidos na semana passada por abusos de direitos humanos, corrupção ou de ações para minar a democracia no país.
Mcnuchin disse que o caminho para mais sanções contra funcionários do governo venezuelano está aberto. “Qualquer pessoa que participe dessa ilegítima Assembleia Nacional Constituinte pode estar exposto a futuras sanções por minar o processo democrático e as instituições na Venezuela”, afirmou.
Ciberia // Agência Brasil / EFE