O consumo de café pode contribuir para mais longevidade, ajudando a evitar doenças cardíacas, renais, respiratórias, cânceres, AVC ou diabetes, segundo um estudo em que foram analisadas mais de 180 mil pessoas.
A pesquisa, que será divulgada nesta terça-feira na publicação especializada Annals of Internal Medicine, se baseou em um estudo feito nos Estados Unidos entre diversas etnias pela Universidade do Hawaii e a Escola de Medicina Keck, da Califórnia.
“Não podemos dizer que beber café prolonga a vida, mas encontramos uma associação”, afirmou Veronica Setiawan, professora de medicina preventiva e principal autora do estudo, em que se registra que quem bebe uma xícara de café por dia tinha menos 12% de probabilidade de morrer do que quem não bebe.
Para quem bebe duas ou três xícaras, o risco de morte reduz 18%, não se verificando variação entre quem bebe café descafeinado.
“O café contém muitos antioxidantes e compostos que desempenham um papel importante na prevenção do câncer“, apontou a pesquisadora, salientando que os resultados não permitem concluir que o café é uma espécie de elixir, mas que “faz parte de uma dieta e estilo de vida saudáveis“.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) já tinha reconhecido no ano passado, depois de 25 anos a associar o café ao câncer da bexiga, que a bebida reduz o risco de câncer hepático e uterino. “Há pessoas que receiam que beber café possa ser mau porque aumenta o risco de doenças cardíacas, atrofia o crescimento ou leva ao aparecimento de úlceras ou azia, mas a pesquisa mostrou que de um modo geral, não faz mal à saúde“, declarou.
Contudo, há uma contraindicação clara no consumo de café muito quente, que a OMS alerta que pode causar câncer no esôfago.
As pessoas que participaram no estudo responderam a questões sobre estilo de vida, hábitos alimentares, histórico clínico e hábitos de consumo de café, dados que foram sendo atualizados durante cinco anos.
Dos participantes, 16% não bebe café, 31% bebe uma xícara por dia, 25% bebe duas a 3 e 7% declarou beber quatro ou mais xícaras diariamente. Os 21% restantes indicaram consumos sem padrão.
A tendência se verificou entre afro-americanos, americanos de origem japonesa, de origem sul e centro-americana e brancos, o que leva os cientistas a considerar que se estende a outros grupos étnicos. “Este estudo é o maior deste gênero já feito e inclui minorias com estilos de vida muito diferentes”, afirmou Setiawan.
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