Se você costuma acompanhar os programas que passam na TV ou até em serviços de streaming online como a Netflix, provavelmente já reparou no sucesso dos reality shows um pouco por todo o mundo nos dias de hoje. Mas qual a verdadeira razão para este tipo de conteúdos serem tão viciantes?
Fomos tentar descobrir mais sobre este assunto para perceber porque gostamos tanto de reality shows (mesmo que, por vezes, não gostemos de admitir).
Provavelmente já está familiarizado com o termo, mas se é mais distraído, nós explicamos: um reality show é um programa que imita, de forma mais ou menos fiel, a realidade. O programa consiste no seguinte em várias pessoas serem fechadas dentro de um espaço (geralmente, uma casa) e terem que conviver entre si durante meses a fio, sendo filmados a toda a hora.
O fato de se tratar de situações reais com pessoas reais provoca um nível de interesse na audiência superior a qualquer outro programa fictício. Romance, brigas, conversas e situações cotidianas são apenas alguns exemplos de situações que acontecem na vida real, com os quais as pessoas podem se identificar e rever em certos comportamentos ou atitudes.
Para além disso, o fato de não existir um roteiro leva a audiência a simpatizar com certas personalidades, odiar outras e esperar o inesperado. O público fica mais sensibilizado quando os programas mexem com seus sentimentos, mais do que novelas ou documentários que não retratam a vida real tal como ela é.
As emoções nuas e cruas atraem e seduzem o público, e essa pode ser a principal razão para explicar porque é que os reality shows têm tanto sucesso.
O verdadeiro impacto dos reality shows
Na verdade, os reality shows continuam a crescer exponencialmente por todo o mundo, dando origem a outros formatos e subgêneros tais como shows de talentos (ex: American Idol), de culinária (ex: Masterchef), romance (ex: The Bachelor), confinamento (Ex: Big Brother); estilo de vida (ex: Keeping up with the Kardashians), entre outros.
De acordo com um infográfico criado pela Betway Cassino, um terço do mundo tem pelo menos um reality show no ar – o que corresponde a 67 países. Os reality shows mais populares são: Survivor, The Masked Singer, The Bachelor, RuPaul Drag’s Race, Largados e Pelados, Keeping up with th Kardashians e Hell’s Kitchen.
De acordo com os dados recolhidos pelo site de roleta online Betway, os maiores produtores de reality shows são os EUA (228 programas), seguidos do Reino Unido (257), Austrália (197), Índia (193) e Coreia do Sul (136).
No Brasil, este tipo de conteúdo tem grande adesão por parte da população brasileira. Ao longo de 20 anos, foram produzidos 63 programas, entre eles: No limite (2000), Casa dos Artistas (2001), Big Brother Brasil (2002), O Aprendiz (2004), Ídolos (2006), a Fazenda (2009), The Voice Brasil (2012), Masterchef (2014), Power Couple (2016) e Polícia 24h (2019).
Em 2015, o Instituto Ipsos fez uma pesquisa acerca do perfil do público que assiste a reality shows no Brasil e, após entrevistas a mais de 50 mil pessoas, chegou-se à conclusão que entre pessoas de todas as classes sociais, idades e regiões, 61% do público era feminino e 39% era masculino.
Relativamente à classe social, mais da metade das pessoas que assistem a este tipo de conteúdos (52%) pertencem à classe C (média-baixa), 32% à classe B (média-alta), 11% à classe D (baixa) e apenas 5% à classe A (alta).
No que diz respeito à faixa etária, 22% das pessoas que assistiam aos reality shows tinham entre 10-17 anos, 18% entre 18-24 anos, 24% entre 25-34 anos, 21% entre os 35-49 anos e apenas 15% em pessoas com mais de 50 anos. Mesmo assim, trata-se de uma percentagem bastante distribuída, o que indicia que estes programas são bem recebidos por audiências de qualquer faixa etária.
Já as cidades brasileiras que mais assistem a reality shows são o Distrito Federal (28%), Grande Salvador (21%), Grande São Paulo (20%), Grande Recife (18%) e Grande Fortaleza (17%).
Tal como refere a Betway no infográfico, o reality show preferido e mais visto pelo público brasileiro é o Big Brother Brasil. Ao longo de 20 anos, o programa conta com mais de 1.100 episódios e um total de 316 participantes. A final mais vista contou com 40 milhões de espectadores, a média da audiência por temporada é de 22 milhões de pessoas e já foram entregues cerca de 22 milhões de reais para os vencedores dos concursos.
O que fez com que o Big Brother tivesse tanto sucesso
Num artigo publicado pela Betway Insider, é explicado que a chave para o sucesso do Big Brother terá sido a possibilidade de haver o envolvimento do público, através da participação por voto no que dizia respeito ao destino dos competidores no programa. Desta forma, o espectador deixaria de ser um mero assistente para passar a ter um papel ativo no reality show.
Mas a história do Big Brother parece ter sido muito mais profunda do que isso. A própria designação do programa faz referência ao livro 1984 de George Orwell, no qual a sociedade é controlada pelo “Big Brother”, que vigia constantemente as pessoas através de câmaras de vigilância.
À semelhança do livro de Orwell, também no Big Brother os participantes estão em supervigilância, podendo mesmo perder as suas identidades e ter certas atitudes que nunca julgassem ser capazes de ter. Nos reality shows, os competidores são sistematicamente sujeitos a julgamentos de valor – condenados se têm uma atitude fora do padrão comportamental aceitável e elogiados se se comportarem dentro da norma.
Mais do que isso, o que faz dos reality shows verdadeiramente interessantes, como ressalva a equipe da betway insider, é o fato de, por estarem confinados entre quatro paredes, os participantes não terem ideia do que se passa no mundo exterior, mas a audiência sim.
Potencial comercial dos reality shows para as marcas
Como qualquer outro negócio na televisão, os reality shows são também uma oportunidade perfeita para muitas marcas, principalmente no período de intervalo com patrocínios e publicidade.
Também os conteúdos partilhados nas redes sociais como o Twitter e Facebook são maioritariamente sobre os recentes acontecimentos nestes programas, o que faz aumentar as taxas de engajamento com a audiência face a outros programas fictícios.