A Delegacia de Homicídios da Capital (DH) faz nesta quinta-feira (10), no Rio de Janeiro, a reprodução simulada das mortes da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, ocorridas na noite de 14 março deste ano. A reconstituição está prevista para as 22h, no local onde ocorreu o crime, no bairro do Estácio, na zona Central do Rio.
O trabalho, feito pela Polícia Civil, contará com apoio logístico das Forças Armadas. A partir das 20h, serão interditadas as ruas no entorno do local onde ocorreu o crime.
Ficarão fechados os seguintes trechos: Rua Joaquim Palhares entre as Ruas Haddock Lobo e Rua Ulysses Guimarães; Rua João Paulo I, entre a Avenida Paulo de Frontin e Rua Joaquim Palhares e Rua Estácio de Sá entre a Rua Hélio Beltrão e Rua Joaquim Palhares.
Segundo a polícia, durante a reprodução, poderão ser disparados tiros em pontos específicos para análise da perícia. Por isso, toda a área será bloqueada para o acesso de pedestres e veículos. Por questões de segurança, os moradores da região só poderão acessar as ruas bloqueadas após serem autorizados pelos policiais.
O crime
No dia 14 de março, a vereadora Marielle Franco voltava de um evento sobre mulheres negras na Lapa quando o seu carro foi alvejado por tiros. Ela foi executada com quatro tiros na cabeça.
Marielle, reconhecida defensora dos direitos humanos, especialmente das mulheres negras, foi a quinta vereadora mais votada no Rio de Janeiro nas eleições municipais de 2016, com mais de 40 mil votos.
Socióloga de 38 anos, batizada de “filha da Maré” por ser originária da favela na zona norte do Rio com o mesmo nome, uma das áreas mais violentas da cidade, era a relatora da comissão da Câmara de Vereadores do Rio criada para fiscalizar a intervenção militar.
Depois de o governo ter decretado a intervenção na área de segurança pública do Rio de Janeiro, no dia 16 de fevereiro, a vereadora dirigiu várias críticas às abordagens da polícia nas favelas.
Em uma das suas últimas publicações, a vereadora denunciou alegadas abordagens indevidas de agentes policiais do 41° Batalhão, em Acari. “O 41° Batalhão da Polícia Militar do Rio de Janeiro está aterrorizando e violentando moradores de Acari. Nessa semana dois jovens foram mortos e jogados em uma vala. Hoje a polícia andou pelas ruas ameaçando os moradores. Acontece desde sempre e com a intervenção ficou ainda pior”.
“Quantos mais vão precisar morrer para que essa guerra acabe?”, postou no Twitter, um dia antes de ser assassinada.
Ciberia // Agência Brasil