Diplomatas, agentes da CIA e oficiais de defesa dos EUA relataram sintomas graves da perturbação conhecida como “síndrome de Havana” nas últimas semanas. O elevado número de casos causa espanto.
Nas últimas semanas, foram relatados mais de 130 incidentes de lesão cerebral inexplicável, conhecida como “síndrome de Havana”, entre diplomatas, agentes dos serviços secretos e oficiais de defesa dos EUA. O número de casos relatados é cerca de 70 a mais do que o anteriormente reconhecido.
A estranha doença sofrida por diplomatas americanos em Cuba inclui sintomas como dores de ouvido, tontura e sensação de pressão na cabeça.
“Para alguns pacientes, o problema começava com o repentino início de um barulho alto, acompanhando de dor em um ou nos dois ouvidos, em uma área ampla da cabeça, e, em alguns casos, sensação de pressão ou vibração na cabeça, tontura, tinido, problemas visuais, vertigem e dificuldades cognitivas”, explica um relatório da Academia Americana de Ciências após investigação encomendada pelo Departamento de Estado dos EUA.
Três oficiais da Agência Central de Inteligência dos EUA (CIA, na sigla em inglês) relataram sintomas graves desde dezembro, após missões no exterior, exigindo tratamento no hospital militar Walter Reed, em Washington, de acordo com reportagem do New York Times.
Mark Zaid, que representa alguns dos ex-funcionários afetados pela “síndrome de Havana”, disse que foi contatado por mais pessoas que acreditam ter sido afetadas. “Os números estão definitivamente aumentando”, disse Zaid.
As autoridades dos EUA confirmaram que continua a haver novos casos em análise, mas advertiram que a publicidade dada aos casos anteriores da síndrome levou algumas pessoas a reinterpretar os sintomas que estavam sofrendo e se perguntar se podem ter sido vítimas de alguma forma de ataque que não tinham anteriormente suspeitado. Portanto, o número de novos casos não reflete necessariamente o número de novos incidentes.
Em dezembro, a Academia Nacional de Ciências publicou um relatório dizendo que as lesões cerebrais sofridas por funcionários do governo dos Estados Unidos em Cuba e na China eram provavelmente resultado de alguma forma de energia direcionada.
Cheryl Rofer, ex-química do Laboratório Nacional de Los Alamos, questionou as conclusões do estudo e a alegação das vítimas e de alguns especialistas de que algum tipo de arma de micro-ondas desenvolvida por um adversário seria responsável pela síndrome.
“As evidências de efeitos de micro-ondas do tipo categorizado como ‘síndrome de Havana’ são extremamente fracas”, escreveu Rofer no Foreign Policy, alegando especulações infundadas.
“Nenhum proponente da ideia descreveu como a arma realmente funcionaria. Nenhuma evidência foi oferecida de que tal arma tenha sido desenvolvida por qualquer nação. Alegações extraordinárias exigem evidências extraordinárias, e nenhuma evidência foi oferecida para apoiar a existência desta arma misteriosa”, apontou.
Ciberia // Sputnik