O navio naufragado mais famoso do mundo poderia ter permanecido no leito marinho por muito mais tempo se não tivesse sido descoberto durante uma missão ultrassecreta da época da Guerra Fria, segundo documentos recentemente desclassificados.
“A Marinha está finalmente discutindo isso”, afirmou ao canal National Geographic o oceanógrafo Robert Ballard, comandante da Marinha dos EUA que encontrou destroços do navio de passageiros Titanic em 1985.
Até hoje, a história exata de como o RMS Titanic foi encontrado permanecia sendo secreta. Em 1982, Robert Ballard, solicitou ajuda à Marinha dos EUA. O cientista pediu financiamento do seu projeto de um submersível robotizado, que seria usado pelo oceanógrafo para encontrar o RMS Titanic.
Militares norte-americanos demonstraram interesse no ambicioso projeto, porém, não compartilharam otimismo quanto às buscas do navio legendário.
Naquela época, a Marinha estava preocupada com outras embarcações. Era necessário encontrar destroços de dois submarinos dos EUA, o USS Thresher e o USS Scorpion, que naufragaram em 1963 e 1968, respectivamente.
Como as embarcações tinham a bordo reatores nucleares, os EUA esperavam entender quão afetado foi o ambiente com a destruição dos submarinos, bem como identificar o motivo exato dos naufrágios.
A chefia da Marinha norte-americana resolveu financiar o projeto de Ballard, mas com uma condição: o cientista deveria participar da missão secreta de exploração dos submarinos naufragados. O então comandante da Marina esclareceu que Ballard poderia procurar o Titanic somente se sobrasse tempo. O oceanógrafo não teve escolha e concordou.
Oficiais que serviam na Marinha norte-americana naquela época confessaram que nenhum deles acreditava que as buscas de Ballard poderiam trazer de volta o legendário navio de passageiros. Mas a missão secreta em busca dos dois submarinos foi concluída com sucesso e antecedência, dando ao oceanógrafo 12 dias para procurar o RMS Titanic.
Este tempo foi suficiente para Ballard concretizar uma das maiores descobertas do século. O encontro dos destroços do navio gigante provocou um verdadeiro alvoroço na chefia da Marinha do país.
“Claro que a Marinha não esperava que Ballard encontrasse o Titanic, e quando isso aconteceu, eles ficaram realmente nervosos por causa da publicidade“, assinalou.
Apesar das preocupações do governo dos EUA, militares conseguiram manter a missão em segredo. Somente depois de várias décadas, a verdade veio à tona. Durante todo este tempo, o oceanógrafo não pôde falar sobre sua colaboração com os militares.
Ciberia // Sputnik News / National Geographic
Não encontraram o Leonardo Di Caprio lá???