Ah, a ciência! Sempre descobrindo coisas que a maioria de nós nunca iria nem se perguntar. Por exemplo, você sabia que todos os mamíferos fazem cocô em apenas 12 segundos, mesmo que o reto de um elefante seja cerca de 10 vezes mais longo do que o de um gato?
Pesquisadores do Instituto de Tecnologia da Geórgia, nos EUA, chegaram a essa conclusão com todo o bom esforço científico. Eles começaram definindo as variáveis. A defecação começa, por exemplo, em t = 0, que eles dizem é “quando a ponta de fezes aparece” (peço desculpas por estar escrevendo isso).
Para evitar a confusão entre “estado estacionário”, que é o que os seres humanos fazem, e animais como coelhos que produzem pequenas pelotas, os pesquisadores restringiram seu estudo a fezes cilíndricas. Sinto muito, mas você não vai aprender nada sobre as fezes sedimentadas de um coelho neste artigo.
“Mas de que tamanho eram essas fezes?”, você quase não está se perguntando. O comprimento de uma peça fecal é igual ao comprimento do reto. Não fique pensando muito em como os cientistas conseguiram essa medição.
O fator “interessante” aqui é que não importa qual o tamanho das fezes no animal – o que importa é o muco. Você pensou que “cocô” seria o único fator nojento deste texto, né?
Mas há muco também
O muco é uma parte integrante do movimento do intestino. Ele tem uma certa espessura e viscosidade, coisas que os pesquisadores quantificaram e escalaram com o tamanho do animal.
Um rato tem uma camada minúscula (alguns podem até dizer adorável) de muco dentro de seu reto, enquanto um elefante… Você entendeu.
Essa camada ajuda a empurrar as fezes ao longo do tubo digestivo, o que requer uma pressão significativa do reto.
Você pode não perceber isso, mas o diâmetro do seu cocô coincide com o diâmetro do seu reto, o que implica que as fezes não são espremidas como pasta de dente de um tubo, mas deslizam para fora “semelhante a um trenó deslizando por uma rampa”.
A equação
Com base em suas medidas exaustivas de todos os aspectos possíveis da defecação, os pesquisadores chegaram a um modelo matemático que contém sete variáveis e um expoente fracionário.
A essência dessa equação é que o tempo que leva para um mamífero fazer cocô é igual ao comprimento desse cocô dividido pela sua velocidade. Animais maiores podem fazer cocôs maiores, mas eles também exercem uma força maior sobre as fezes e têm mais muco para ajudá-los a deslizá-las pelo reto.
A gravidade, caso você esteja se perguntando (e não sei por que estaria), foi descontada da equação porque a maioria dos mamíferos têm retos horizontais.
Os pesquisadores reconheceram que, no caso da diarreia, o trato gastrointestinal humano pode nem mesmo precisar exercer pressão e, em vez disso, poderia permitir que a gravidade tomasse seu curso.
A equação para a duração da diarreia envolve variáveis ligeiramente diferentes, uma vez que “ocorre tão rapidamente que o estado estacionário não é atingido”. Os pesquisadores estimam que uma pessoa de 70 kg faria cocô em cerca de 0,5 segundos.
Já em um evento de constipação, por outro lado, há a eliminação dos efeitos do muco, que os cientistas assumem ter sido absorvido no caso de intestino preso. Com muco zero e “fezes mais rígidas”, o tempo de viagem chega a 6 horas ao aplicar pressão retal máxima.
Apesar disso, os pesquisadores observam que as paredes intestinais podem se deformar para ajudar o cocô a deslizar, de forma que o tempo de trânsito real é provavelmente mais curto.
A importância do cocô
Por que estudar os detalhes íntimos da defecação? Excelente pergunta.
Este grupo de pesquisa em particular já ganhou um prêmio Ig Nobel em 2015 por um estudo que determinou que todos os mamíferos fazem xixi em cerca de 21 segundos, então talvez eles quisessem terminar a série.
No entanto, geralmente, a realidade é que a saúde gastrointestinal é uma parte crucial do nosso bem-estar: saber o que é normal é muito importante para saber o que é anormal.
É difícil admitir, mas urinar, defecar e soltar gases são todos sinais importantes de que seu corpo está funcionando corretamente.
// HypeScience