O presidente norte-americano, Donald Trump, avisou nesta terça-feira (8) a Coreia do Norte de que “é melhor não fazer mais ameaças aos Estados Unidos” ou “elas terão como resposta fogo e fúria como o mundo nunca viu”. Em resposta, a Coreia do Norte ameaçou atacar o território norte-americano de Guam.
A declaração foi dada durante uma sessão sobre dependência de opiáceos que decorreu no seu campo de golfe em Bedminster, Nova Jérsei, onde se encontra de folga.
Em reação às palavras de Donald Trump, o senador John McCain afirmou que “os grandes líderes não fazem ameaças” – a não ser que estejam prontos para agir, algo que o senador acredita não ser o caso do presidente dos EUA.
“Devemos ter a certeza de que podemos fazer o que dizemos que vamos fazer”, acrescentou o senador republicano, crítico assumido do presidente norte-americano.
O congressista Eliot Engel, membro da Comissão de Relações Exteriores do Congresso, também criticou as palavras de Trump. Segundo Engel, as afirmações do presidente foram “imprudentes” e colocam a segurança do país em risco.
“Hoje, o comportamento imprudente do presidente Trump e sua explosão impulsiva minaram a segurança do povo americano e a dos nossos amigos e aliados ao traçar esta absurda linha vermelha”, considerou o congressista democrata, segundo o qual “Kim Jong-un vai desmascarar este blefe com os nossos adversários assistindo”.
Tinha razão
Já nesta quarta-feira (9), em reação às palavras de Donald Trump, a Coreia do Norte informou que está “examinando cuidadosamente” um plano para atacar a ilha de Guam, um dos cinco territórios que os Estados Unidos mantêm no Pacífico.
As instalações militares norte-americanas na ilha, localizada na Micronésia, na extremidade sul das Ilhas Marianas, estão entre as bases de maior importância estratégica dos EUA no Pacífico Ocidental.
De acordo com um porta-voz do Exército Popular Coreano, citado pela agência estatal norte-coreana KCNA, “o ataque será implementado de forma multi-corrente e consecutiva em qualquer momento”, tão cedo quanto o líder norte-coreano, Kim Jong-un, tome a decisão de levar à cabo o ataque.
Segundo um outro porta-voz militar citado pela KNCA, a Coreia do Norte poderia também realizar um ataque preventivo se os Estados Unidos mostrarem sinais de provocação.
Escalada de tensão
O ministério da Defesa japonês e a imprensa norte-americana divulgaram nesta terça que a Coreia do Norte foi bem-sucedida na produção de ogivas nucleares miniaturizadas que cabem dentro dos seus mísseis, o que constitui um marco nos esforços de Pyongyang para se tornar uma potência plena.
As preocupações de Washington com as tentativas do líder norte-coreano, Kim Jong-Un, para alcançar o poder nuclear se intensificaram no último mês, com a realização por Pyongyang de dois testes de mísseis balísticos intercontinentais, ou seja, com capacidade para atingir território norte-americano.
O regime norte-coreano assegurou na segunda-feira (7) que o endurecimento das sanções das Nações Unidas não o impedirá de continuar a desenvolver o seu arsenal nuclear, ameaçando os Estados Unidos de que os “fará pagar mil vezes o preço do seu crime”.
Sob iniciativa de Washington, o Conselho de Segurança da ONU impôs à Coreia do Norte sanções que poderiam custar bilhões de dólares de receitas anuais, restringindo transações econômicas fundamentais com a China, o seu principal aliado e parceiro econômico.
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