O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, defendeu nesta terça-feira (15) a sua controversa posição inicial sobre a violência de sábado em Charlottesville, numa manifestação racista, afirmando haver erros dos dois lados.
“Penso que há erros dos dois lados“, disse Donald Trump, referindo-se aos membros de extrema direita que convocaram a manifestação para a pequena cidade do estado de Virgínia e aos manifestantes que se reuniram para denunciá-los, no último sábado.
Heather Heyer, de 32 anos, foi morta em Charlottesville quando o jovem neonazista James Fields conduziu o carro intencionalmente contra os manifestantes que protestavam no centro de Charlottesville.
Em discussão com jornalistas nesta terça-feira na Trump Tower, em Nova York, o presidente dos Estados Unidos começou por justificar a primeira declaração, no dia da manifestação, por falta de informação.
“Quando faço uma declaração gosto de estar correto. Quero os fatos. Os acontecimentos tinham acabado de acontecer”, disse para explicar porque esperou pela segunda-feira para finalmente condenar a “violência racista” que aconteceu na pequena cidade.
Mas depois acrescentou: “Eu olhei de perto, de muito mais perto do que a maioria das pessoas. Vocês tinham um grupo de um lado que era agressivo. E vocês tinham um grupo do outro lado que era também muito violento. Ninguém quer dizer“, afirmou.
Trump questionou se os dois lados não tiveram responsabilidade sobre o que aconteceu e ao mesmo tempo que condenava os neonazistas afirmava que nem todos os que estavam no local eram neonazistas ou supremacistas brancos.
Na segunda-feira (14), Donald Trump declarou que o “racismo é mau” e qualificou aqueles que praticam a violência em seu nome, como o Ku Klux Klan (KKK), os neonazistas e os supremacistas brancos, como “criminosos e bandidos“.
As declarações de Trump surgem 48 horas depois dos incidentes violentos de Charlottesville e depois de muitas criticas pelas declarações que fez no sábado.
Em uma primeira reação ao caso, Trump classificou como “terríveis” os acontecimentos em Charlottesville, mas sem mencionar de forma direta os supremacistas brancos que tinham convocado a marcha, entre eles David Duke, ex-líder do Ku Klux Klan, movimento de supremacia branca, e os elementos que exibiam símbolos ligados ao regime nazista.
A Casa Branca sentiu a necessidade de esclarecer no domingo que o presidente condenava “todas as formas de violência, intolerância e de ódio” e “todos os grupos extremistas”, incluindo os movimentos associados à supremacia branca.
Donald Trump tem sido igualmente criticado sobre seu consultor estratégico, Steve Bannon, conotado com a extrema direita, que dirigiu o Breitbart, portal da extrema direita norte-americana, mas nesta terça-feira também o defendeu, afirmando que é um homem bom e não um racista.
“É alguém de bem, não um racista, é um amigo“, disse, acrescentando depois que Bannon chegou tarde à sua equipe. “Vamos ver o que acontece ao senhor Bannon”.
// ZAP