Segundo dados de uma pesquisa feita em 2015 pelo Instituto Avon, 13% dos jovens brasileiros já cometeram violência sexual contra uma mulher dentro da universidade. Para piorar, o levantamento diz que 31% dos estudantes de nível superior acredita que abusar de uma jovem alcoolizada não é um ato violento.
Para esta parcela considerável da juventude com acesso à educação, estupros ou violações sexuais ocorridas em festas nos campus universitários Brasil adentro não podem ser considerados como uma prática criminosa.
De acordo com o Hypeness, diante deste cenário, percebe-se os efeitos gerados pela ausência de debate sobre sexualidade dentro e fora das escolas. Para o portal, em tempos de movimentos como o “Escola sem Partido”, o caminho é ainda mais complexo.
A educação sexual nas escolas não é comum e a falta dela contraria inclusive recomendações de instituições internacionais com a ONU Mulheres, que em 2017 emitiu alerta sobre o papel da educação na prevenção do machismo.
“É necessário promover a igualdade de gênero em escolas e universidades”, diz a cartilha. É importante ressaltar que este foi um compromisso assumido publicamente pelo Brasil na Convenção Interamericana para Prevenir, Punir e Erradicar a Violência contra a Mulher.
Todavia, atualmente o conservadorismo cresce de forma avassaladora e políticas públicas progressistas estão na berlinda. Para quem não sabe, o Escola sem Partido é uma PL que tramita no Congresso Nacional desde 2016 e que pretende, entre outras medidas, proibir a educação sexual nas escolas, transferindo a responsabilidade para a família.
Agora, como transferir tal incumbência para o seio familiar sendo que em muitas ocasiões os abusos começam dentro de casa? Em recente levantamento, o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) constatou que um quarto dos estupros de crianças ocorre em família.
Por isso, o Hypeness ressalta que educação é fundamental para transformar este cenário, tendo em vista que o sexo ainda é um tabu dentro das famílias brasileiras. Como disse a própria ONU MUlheres, o Escola sem Partido “viola frontalmente a Constituição e os tratados internacionais ratificados pelo Estado brasileiro”.
Ciberia // Hypeness