O vulcão Mayon, que entrou em atividade no fim de semana no leste das Filipinas, começou a expelir rios de lava e ameaça com uma erupção explosiva, enquanto o número de evacuados já supera os 15 mil.
O magma começou a jorrar na noite de segunda-feira (15) e hoje o fluido incandescente chegou a avançar até 2 quilômetros da cratera do vulcão situado a cerca de 350 quilômetros a sudeste de Manila, informou a agência sismológica das Filipinas (PHIVOLCS).
As autoridades mantêm o nível de alerta 3 (crítico) de uma escala que vai até 5, ao considerar o risco de uma erupção violenta de forma iminente, ainda que esta também possa demorar dias ou semanas.
Um total de 15.410 residentes de localidades que se encontram na área que foi decretada como zona de risco, dentro de um raio de 7 quilômetros da cratera, foram retirados para refúgios temporários, escolas e ginásios da região.
O governo da província de Albay, na região de Bicol, onde se encontra o Mayon, declarou estado de calamidade pública.
Isto permitirá “mobilizar totalmente todas as agências e recursos para responder a emergências”, indicou o governador de Albay, Ao Francis Bichara, em entrevista na televisão filipina.
Apesar do perigo, o vulcão atraiu à zona turistas de outras regiões no fim da tarde para contemplar, a vários quilômetros de distância, o espetáculo visual criado pelos rios de lava emanados da cratera.
O Mayon, que entrou em erupção cerca de 50 vezes nos últimos cinco séculos, entrou em atividade pela primeira vez no sábado (13), emitindo nuvens cinzentas que deixaram os arredores cobertos de cinzas.
À primeira erupção seguiram-se outras duas no domingo (14), que causaram 158 deslizes de rochas e provocaram o início das evacuações e a restrição dos voos na zona.
A atividade do Mayon foi percebida na região com fortes estrondos, chuva de cinzas e um forte cheiro de ácido sulfúrico, segundo declarações à mídia de residentes das localidades próximas ao vulcão.
A erupção mais forte na história das Filipinas, a segunda maior do mundo no século XX, foi a do Pinatubo, em junho de 1991, que causou cerca de 850 mortos, além de gerar uma camada global de ácido sulfúrico que causou danos na atmosfera.
O arquipélago filipino, onde há 23 vulcões ativos, fica sobre uma zona de intensa atividade sísmica inscrita dentro do chamado “Anel de Fogo do Pacífico”, que se estende desde a costa oeste do continente americano até a Nova Zelândia, passando pelo Japão, Filipinas e Indonésia.
Ciberia // EFE