Novo estudo científico revela que tiranossauros tinham “sexto sentido”

Os daspletossauros, os parentes mais próximos dos tiranossauros, não tinham as penas dos seus parentes mais famosos mas possuíam um particular “sexto sentido” felino que os ajudava a sentir as vibrações e a pressão, diz um artigo publicado na Scientific Reports.

“A descoberta deste órgão dos sentidos é especialmente curiosa, dado que seu antepassado é o nervo triplo, que deu origem aos outros tipos de ‘sexto sentido’, diz Jayc Sedlmayr, pesquisadora da Universidade da Louisiana em Nova Orleans, nos EUA.

“Outros exemplos deste ‘sexto sentido’ são os ‘bigodes’ nos mamíferos, a capacidade de ver no escuro das víboras, a ‘bússola’ biológica das aves, os sensores dos ornitorrincos e golfinhos e a tromba dos elefantes”, acrescenta Sedlmayr, autora do artigo publicado na revista Scientific Reports.

Ao longo dos últimos anos, os tiranossauros e muitos parentes deles sofreram uma mudança brusca de “estilo”, explica Thomas Carr, co-autor do estudo.

Hoje em dia os cientistas acreditam que os tiranossauros não eram répteis com escamas, como são retratados no Jurassic Park e em outros filmes, mas criaturas aladas cujos dentes se escondiam atrás de lábios grossos.

Além disso, muitos pesquisadores, por exemplo, o conhecido paleontólogo e consultor científico do Jurrasic Park, Jack Horner, opinam que os tiranossauros não eram animais predadores, mas se alimentavam dos restos dos “banquetes” de outros animais ou arrancavam a caça dos dinossauros maiores.

Para isso indicam várias peculiaridades estranhas na estrutura dos crânios dos tiranossauros que tinham, inesperadamente, uma mordida bem suave.

Ao examinarem os restos dos daspletossauros achados nas rochas no estado de Montana, Sedlmayr e seus colegas revelaram mais uma característica curiosa próprias dos tiranossauros que os torna semelhantes aos crocodilos e até aos gatos e não aos outros dinossauros predadores.

Os daspletossauros representam os parentes maiores dos tiranossauros que reinavam na ilha Laramídia, metade ocidental da futura América do Norte que, na época, era dividida pelas águas do oceano mundial, há 77-74 milhões de anos.

Os restos destes pangolins que os autores do artigo encontraram em Montana pertenciam a uma espécie de daspletossauros anteriormente desconhecida cujos representantes habitavam a Terra muito depois da alegada data da extinção destes “primos” dos tiranossauros, ou seja, há 74-74 milhões de anos.

O pangolim batizado como Daspletosaurus horneri, em homenagem a Jack Horner, não tinha nada a ver com os tiranossauros “contemporâneos”.

Uma análise da anatomia do seu crânio e da estrutura da superfície dos seus ossos mostrou que sua cabeça era coberta de grandes escamas e não de plumas, enquanto o nariz era um órgão peculiar parecido pelas suas funções com os “bigodes” dos felinos ou a ponta do focinho dos crocodilos.

Isto se manifestou no fato do nariz do daspletossauro de Horner poder sentir vibrações mínimas na pressão contra a parte frontal do focinho graças a uma estrutura especial dos ossos do seu maxilar. Os crocodilos usam este “sexto sentido” para detetar a posição da vítima nas profundezas da água.

A existência de tal órgão no Daspletosaurus horneri, segundo consideram os cientistas, significa que eles, ao despeito do “grande” nome dos seus xarás, provavelmente eram predadores e não se alimentavam com crestos de caça, o que contradiz a teoria de Horner.

Para que os daspletossauros precisavam de tal “sexto sentido”? Por enquanto, os cientistas não têm uma resposta clara para esta pergunta, mas eles acreditam que os pangolins podiam usá-lo para cuidar dos filhotes a não só para procurar alimentação.

O nariz sensível podia ajudar as fêmeas dos daspletossauros a formarem os assentamentos de ovos, virá-los, avaliar sua temperatura, deslocar os filhotes e fazer outras coisas nas quais se precisa de uma sensibilidade elevada e exatidão de movimentos.

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