As conclusões podem parecer polêmicas, mas o estudo nasceu apenas da intenção de perceber a realidade social das famílias britânicas.
Ou melhor, da possibilidade de “fracasso” dos padrastos em ajudar as famílias às quais passam a pertencer, e que foi baseada nos registros de vida de mais de mil crianças nascidas de mães solteiras na virada do milênio.
Se o pai biológico viver com elas, as crianças são mais saudáveis e mais propensas a crescer com uma boa educação e a obter um desempenho melhor na escola, conclui o estudo, realizado por três investigadores da LSE – London School of Economics.
Segundo o estudo, que verificou relatórios de saúde, inteligência e habilidades sociais de crianças até os 7 anos, os mesmos benefícios não se aplicam no caso do padrasto.
“As mães solteiras, quando acompanhadas pelo pai biológico, conseguem que as crianças tenham um desempenho tão estável como as que vivem com os dois pais”, diz Elena Mariani, pesquisadora da London School of Economics e coautora do estudo, publicado o mês passado no European Journal of Population.
“Já quando um padrasto se junta a uma família dirigida por uma mãe solteira, então os menores são suscetíveis a crescer com os mesmos problemas que as crianças de famílias que continuam a ser lideradas por uma progenitora sozinha”, acrescenta a pesquisadora.
“Além de serem menos propensos a ter um bom rendimento na escola ou a manter um emprego, as crianças são mais propensas a engravidar na adolescência ou a entrar no mundo do crime quando o pai biológico não está presente”, conclui Elena.
O estudo, o primeiro a usar evidências de um levantamento em grande escala para analisar a influência dos padrastos no Reino Unido, segue uma série de apontamentos menos acadêmicos que sugeriram que as famílias podem enfrentar problemas quando os pais não biológicos mudam de residência.
No ano passado, uma pesquisa para o serviço de aconselhamento “Relate” disse que mais de 30% dos padrastos e mais de 40% das madrastas duvidam da força dos seus laços com as crianças que estão ajudando a criar.
Segundo o “Relate”, as conclusões “indicam alguns dos desafios que as famílias podem enfrentar após a ruptura de um relacionamento e durante a união de diferentes famílias”.
“Este relatório mostra como os pais biológicos são importantes para o desenvolvimento dos seus filhos”, disse Laura Perrins, editora do site da Mulher Conservadora, ao Daily Mail.
“Não são só as figuras paternas que importam, mas os pais em si. A constante destruição da família nuclear por parte dos governos teve um impacto negativo sobre as crianças e deve parar agora”, salientou Perrins.
// ZAP