As autoridades russas alertaram neste fim de semana que o fortalecimento das capacidades de defesa de Kiev pelos Estados Unidos poderá “fazer novas vítimas” e provocar um “banho de sangue” no leste da Ucrânia.
“Os Estados Unidos treinam as autoridades ucranianas para um novo banho de sangue”, disse o vice-ministro russo dos Negócios Estrangeiros, Sergei Riabkov, em comunicado.
“As armas dos Estados Unidos podem provocar novas vítimas no nosso vizinho“, destacou o vice-ministro.
Os Estados Unidos anunciaram, na sexta-feira (22), que reforçarão sua assistência em matéria de defesa à Ucrânia, para que Kiev possa garantir a “soberania” de seu território e “construir sua defesa a longo prazo”.
Riabkov acusou os norte-americanos de encorajarem a retomada do conflito na região de Donbass, no leste da Ucrânia.
“Os rebeldes de Kiev atiram todos os dias em Donbass, não querem realizar negociações de paz e sonham em fazer desaparecer a população indócil, e os Estados Unidos decidiram lhes dar armas para isso”, declarou o vice-ministro.
Outro vice-ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Grigori Karassine, disse que a decisão dos Estados Unidos prejudicaria os esforços para alcançar uma solução política para a Ucrânia.
“A decisão prejudica o trabalho de implementação dos acordos de Minsk de 2015″, disse Karassine à agência de notícias russa TASS, referindo-se ao acordo de paz negociado pelos países ocidentais.
Karassine reiterou a posição da Rússia de que as autoridades ucranianas deveriam negociar com os rebeldes através de um “diálogo direto e honesto”. “Não há outra maneira de resolver o conflito interno ucraniano”, afirmou Grigori Karassine.
Serguei Riabkov, vice-chanceler russo, reiterou que os “EUA de certa forma cruzaram a linha” ao anunciar esta decisão.
De acordo com o canal de televisão ABC, citando quatro funcionários do Departamento de Estado norte-americano, os Estados Unidos previram fornecer mísseis antitanques à Ucrânia, provavelmente incluindo o sistema avançado Javelin.
O conflito, que se iniciou em 2014, já provocou 10 mil mortos. Kiev e os países ocidentais acusam a Rússia de apoiar os rebeldes separatistas, inclusive fornecendo a eles armas, o que Moscou nega categoricamente.
Ciberia // ZAP