Onze príncipes sauditas foram presos e podem ser julgados depois de manifestarem perto de um palácio real em Riad contra medidas econômicas que reduzem seus benefícios, informou neste sábado (6) um veículo de comunicação próximo ao governo.
De acordo com o site Sabq, esses príncipes – que não tiveram as identidades reveladas – protestaram contra uma decisão das autoridades de “não pagar mais as contas de eletricidade e água dos príncipes”, que são muito numerosos na Arábia Saudita.
Reunidos perto de um palácio real na capital saudita, eles também exigiam uma “compensação financeira” após a condenação judicial de “um de seus primos”, explicou sem fornecer mais detalhes o Sabq, que refere que a Guarda Nacional, que protege a família real, recebeu a ordem para deter os príncipes.
Os príncipes, que se recusaram a obedecer as ordens das forças de segurança, foram levados para uma prisão de segurança máxima na capital, de acordo com a mesma fonte.
As autoridades sauditas contatadas pela AFP não estavam disponíveis para comentar. A Arábia Saudita, o maior exportador de petróleo do mundo, introduziu, desde a queda dos preços do petróleo em 2014, uma série de medidas de austeridade, afetando a família reinante, a fim de limitar seu déficit orçamentário.
Os onze príncipes são apenas os casos mais recentes de uma purga que tem sido levada a cabo na Arábia Saudita por parte do príncipe herdeiro Mohammed bin Salman, que tem consolidado seu poder no país nos últimos meses e feito reformas profundas no sistema.
Com o príncipe bin Salman no comando, o reino tem procurado diversificar sua economia para torná-la menos dependente do petróleo e quer atrair investidores internacionais. Em 2017, o PIB saudita caiu pela primeira vez em oito anos, em parte devido às medidas de austeridade que pesam sobre o consumo.
Ciberia // RFI / Al Jazeera