É uma marca que se vangloria de ter “hotéis e resorts de luxo que criam experiências inesquecíveis de viagem nos principais destinos do globo”. Mas agora, ao que parece, está se transformando na “prisão mais luxuosa do mundo”.
Chefes de Estado, primeiros-ministros e membros da realeza costumam se hospedar na cadeia de hotéis de luxo Ritz-Carlton. Porém, em Riyadh, capital da Arábia Saudita, o resort desta marca exclusiva se tornou o que parece ser uma “gaiola de ouro”.
Segundo a BBC, que cita jornais locais, menos de seis meses depois da visita do presidente dos EUA, Donald Trump, durante a sua primeira viagem oficial ao país, quem está agora nas instalações de luxo deste hotel são proeminentes figuras sauditas. Com um pequeno pormenor: trata-se de uma estadia em regime penitenciário. É por isso que o hotel está sendo renomeado de “prisão mais luxuosa do mundo”.
De acordo com a imprensa saudita, o novo apelido surgiu depois da detenção de onze príncipes, quatro ministros e dezenas de ex-governantes no âmbito de uma vasta campanha anticorrupção dirigida pelo príncipe herdeiro Mohamed bin Salman.
Entre os detidos está o príncipe Alwaleed bin Talal, um dos homens mais ricos do Oriente Médio, que detém investimentos em empresas como a Apple, Twitter, Citigroup, News Corporation, Four Seasons e mais recentemente na Lyft.
As autoridades sauditas não confirmaram a informação, mas uma fonte oficial ouvida pelo The Guardian explica que o príncipe herdeiro “não podia colocá-los na prisão” e que, portanto, esta foi a solução encontrada.
“Esta foi a solução mais digna que conseguiu encontrar”, explicou a mesma fonte ao jornal britânico. O hotel, com seis anos de existência, tem 492 quartos e ocupa um terreno com mais de 200 mil metros quadrados.
Colchões no meio de um salão
Um vídeo publicado nesta terça-feira (7) pelo New York Times mostra uma sala, conhecida por ser um dos salões de pompa do hotel de luxo, com colchões estendidos no chão.
As imagens do jornal norte-americano também mostram homens de uniforme, cobertores de diferentes cores e padrões e uma arma encostada em uma das paredes do salão B.
Desde domingo (5) que vários carros da polícia cercam o hotel e os portões da entrada permanecem fechados, segundo a descrição do correspondente da France-Presse em Riyadh, Anuj Chopra.
Por sua vez, o site do Ritz-Carlton tem um aviso desde segunda-feira (6) alertando que “devido a circunstâncias imprevistas, a internet e as linhas telefônicas do hotel estão desconectadas até segunda ordem”.
Além disso, no sábado (4), as pessoas que estavam hospedadas no hotel foram obrigadas a deixá-lo, tendo sido levadas para outros complexos hoteleiros da capital saudita.
Na terça, a BBC tentou reservar um quarto no hotel, mas não foi possível finalizar o processo. O site da cadeia hoteleira mostra que não há quartos disponíveis em novembro, embora tenha sugerido a reserva de um quarto duplo em meados de dezembro por 300 euros (cerca de R$ 1.140) por noite.
Porém, logo em seguida, a possibilidade desapareceu.