Se em meados dos anos 1920 o conservadorismo costumeiro que marca a burguesia brasileira virou os olhos para o trabalho que a pintora Tarsila do Amaral realizava, hoje, passados quase 100 anos, suas obras a afirmam não só como a mais importante artista plástica do Brasil, como garante a ela o título um tanto de precursora da arte moderna brasileira.
Agora, pela primeira vez as portas do maior Museu de Arte Aoderna dos EUA, o MoMA, se abrem para Tarsila, com a retrospectiva Tarsila do Amaral: Inventing Modern Art in Brazil (Tarsila do Amaral: Inventando a Arte Moderna no Brasil).
A frase que abre a retrospectiva, da própria pintora, define qual seria seu destino: “Eu quero ser a pintora do meu país”. Levando sua obra pela primeira vez aos EUA, o Museu de Arte Moderna de Nova York oferecerá ao público um passeio completo pelo trabalho de Tarsila, incluindo suas mais icônicas obras, como o Abaporu e Operários – em uma exposição com mais de 100 trabalhos, entre pinturas, desenhos, rascunhos, fotos e documentos históricos de coleções do mundo todo.
Traçar a trajetória de Tarsila é traçar também a própria trajetória do surgimento da arte moderna, em especial dentro da pintura, no Brasil.
Absorvendo influências europeias porém as radicalizando com a realidade brasileira e novas influências locais – como era costume no modernismo e na antropofagia da época –, Tarsila se tornou aquilo que sua profecia sugeria: a artista que melhor significou o espírito do país em seus quadros.
Estão a sensualidade, o cotidiano, a pobreza, as questões raciais em seu modernismo vibrante – que definiu as aspirações modernistas com mais clareza e força para o futuro também lhe deglutir, como farão agora os americanos, como uma das maiores artistas do mundo.
A retrospectiva ficará no MoMA de 11 de fevereiro a 3 de junho de 2018.
Ciberia // Hypeness