A geleira Pine Island é conhecida como o lugar mais significativo de desprendimento de gelo na Antártida nos últimos anos. A geleira é responsável por cerca de uma quarta parte do volume total de degelo registrado no continente.
O geleira Pine Island está “recuando e emagrecendo”, diz Simon Gascoin, especialista do Centro Nacional de Estudos Científicos da França. Ao longo dos últimos 28 anos, as águas debaixo da geleira esquentaram 17 graus. Em fevereiro do ano passado, a Antártida perdeu um iceberg do tamanho de Manhattan, que se separou da geleira Pine Island.
Muitos especialistas em ambiente ligam esta alarmante perda de geleiras ao aquecimento global. No entanto, um artigo publicado na revista Nature Communications no fim de junho apontou para outro fator que contribui para o degelo: o calor vulcânico, semelhante àquele que destrói as geleiras da Islândia.
Os autores do estudo, uma equipe de oceanógrafos e geoquímicos estadunidenses e britânicos, mediram a presença de gases vulcânicos, principalmente helio-3, bem como neônio e xenônio, na água que rodeia a capa de gelo da Antártida ocidental, da qual a geleira Pine Island faz parte.
As amostras, tomadas em vários lugares, apontaram para uma fonte importante de atividade vulcânica vários quilômetros debaixo da superfície. Com base nos cálculos, os cientistas puderam calcular aproximadamente em que lugar se encontra o vulcão: perto do meridiano 100 oeste, não longe de Pine Island.
Estes dados são cruciais para predizer o futuro da grande extensão de gelo, acredita o colunista britânico David Nield em um artigo para o portal Science Alert, no qual cita os comentários do oceanógrafo norte-americano Brice Loose.
O cientista não duvida que as mudanças climáticas estejam causando “a maior parte do derretimento de geleiras que estamos observando” e afirma que a fonte de calor descoberta “está exercendo um efeito ainda desconhecido, pois não sabemos como se distribui este calor debaixo da capa de gelo”.
“Predizer o ritmo de aumento do nível do mar será fundamental para a ciência nos próximos 100 anos. Estamos monitorando e modelando estas geleiras”, disse Loose.
Ciberia // Sputnik News / Science Alert