Um “churrasco de cão” acompanhado de espetinhos de legumes surpreendeu nesta sexta-feira (23) os turistas que visitavam a Torre Eiffel em Paris, uma ação da organização PETA para defender o veganismo.
“Cão ou porco: qual é a diferença? Torne-se vegano!”, afirmava um cartaz sobre o falso animal assado em uma churrasqueira.
“Quando se trata de sentir dor ou medo, um cão não é diferente de uma vaca, um porco ou um cordeiro”, explicou à AFP Marie-Morgane Jeanneau, porta-voz da PETA França (Por uma Ética no Tratamento de Animais), que montou a instalação na véspera do Dia Mundial pelo Fim do Especismo, que é a atribuição de valores ou direitos diferentes a seres dependendo da sua afiliação a determinada espécie.
Yves Lefébure, que viajou da Noruega para passar o fim de semana em Paris, parou atônito a poucos metros do cachorro falso, produzido nos Estados Unidos por um especialista em efeitos especiais para o cinema.
“É chocante porque eu associo o porco à comida e o cachorro a um animal de estimação”, disse. “Comer a carne sim, mas pouca e de boa qualidade, procedente de uma produção controlada, na qual os animais foram bem tratados durante sua curta vida”, defende.
“Cachorro é família”
Dave, britânico de passagem por Paris, permanece indiferente. “Eu como carne, não é um problema”, declarou. “Claro que não como cachorros. Todos os animais são diferentes“, completou.
Agustin, da Argentina, país que é grande produtor e consumidor de carne, fez uma foto na frente do churrasco. “O cão é considerado um membro da família, a espécie mais amada do mundo”, disse. “Comê-lo não está em nossa cultura”.
Aida Taoujni, que passeava com o cão pela área, parou diante da instalação e se declarou “horrorizada”. “Ainda não estou preparada para deixar de comer carne, mas começo a pensar na questão”.
O “cachorro” assado surpreendeu várias pessoas, como Deeksha. “Eu concordo com eles, já sou vegetariana”, explicou a adolescente de origem indiana.
Um terço dos 30 milhões de cães que são consumidos a cada ano no mundo estão na China, de acordo com o grupo de proteção animal Human Society International (HSI).
A cada ano, 65 bilhões de animais são abatidos (quase 2.000 por segundo) para acabar na mesa, segundo a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO).
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