Uma equipe internacional de cientistas descobriu que os vulcões nas ilhas remotas do arquipélago de Galápagos, considerados “confiáveis”, na realidade ocultam magma com um grande potencial de atividade explosiva.
“Começamos este estudo querendo saber por que estes vulcões eram tão entediantes e que processo fez com que as composições de lava em erupção permanecessem constantes durante longos períodos de tempo. Em vez disso, descobrimos que não são nada entediantes, simplesmente escondem estes magmas secretos sob a terra”, afirmou o geólogo Michael Stock, autor principal do estudo.
Diversos vulcões produzem erupções similares ao longo de milhões de anos. Os vulcões nas ilhas Galápagos, bem como os da Islândia e do Havaí, consistentemente expelem fluxos de lava basáltica, que formam rios de magma.
Os rios de magma são potencialmente prejudiciais às propriedades localizadas próximas do vulcão, embora o ritmo lento do fluxo de lava não ofereça riscos como as potentes erupções explosivas, como as observadas no Vesúvio, detalhou o portal Phys.org.
Esta consistência a longo prazo no comportamento eruptivo de um vulcão é justamente no que as autoridades locais se baseiam para o planejamento de risco.
Ao estudar os vulcões Wolf e Fernandina, em Galápagos, os pesquisadores descobriram que, ao contrário das monótonas lavas basálticas que explodem em sua superfície, os magmas debaixo dos vulcões são extremamente diversos e apresentam composições similares às encontradas em erupções no monte Santa Helena, um vulcão norte-americano ativo.
Os pesquisadores acreditam que as consistentes erupções de lavas basálticas ocorrem quando a quantidade de magma que flui pelo solo debaixo do vulcão é suficientemente alta para superar qualquer atividade química.
No entanto, os magmas quimicamente diversos observados durante o estudo poderiam se tornar móveis e ascender até a superfície. Caso isso ocorra, os vulcões que produziram erupções confiáveis durante milênios poderiam sofrer mudanças inesperadas e apresentar atividades mais explosivas futuramente.
Segundo Stock, embora não haja sinais de que os vulcões de Galápagos passarão por uma transição desse tipo a curto prazo, os resultados encontrados durante a pesquisa permitem compreender porque “outros vulcões podem ter mudado seu comportamento eruptivo no passado”.
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