Morreu nesta quinta-feira no Dubai o marido da empresária angolana Isabel dos Santos, o empresário congolês Sindika Dokolo, segundo confirmou à agência noticiosa Lusa, uma fonte ligada à família.
A imprensa congolesa indicou há algumas horas que o empresário e coleccionador de arte de 48 anos morreu afogado quando praticava mergulho no mar de Dubai.
Seguiram-se várias mensagens de condolências, nomeadamente de Michée Mulumba, assessor do Presidente congolês, que confirmou o sucedido na rede Twitter,”foi durante um mergulho que partiu para a eternidade, uma actividade habitual que o afastou da sua luta e dos seus entes queridos”, escreveu.
Nascido no dia 16 de Março de 1972 em Kinshasa, Sindika Dokolo era filho de Augustin Dokolo Sanu, fundador do primeiro banco privado do antigo Zaire e da sua segunda esposa, a dinamarquesa Hanne Taabbel. Educado na Bélgica, efectuou os estudos superiores na área de economia e comércio em Paris.
Em 2002, casou com Isabel dos Santos, filha do antigo Presidente José Eduardo dos Santos, com quem teve quatro filhos.
Empresário presente em diversos sectores, Sindika Dokolo era igualmente conhecido por ser um mecenas e possuir uma colecção com mais de 3 mil peças de arte contemporânea africana.
Ainda no ano passado, este amante das artes tinha mostrado ao público uma parte da sua colecção no âmbito da exposição «IncarNations», em Bruxelas. Também em 2019, a sua fundação tinha adquirido e repatriado para Luanda 20 peças de arte que tinham sido levadas de museus angolanos para colecções no estrangeiro.
Envolvido igualmente na vida política do seu país de origem, Sindika Dokolo tinha lançado em 2017 o seu movimento «Congolais Debout», abertamente crítico ao então presidente congolês Joseph Kabila.
Ultimamente contudo, o nome do empresário estava a ser igualmente mencionado nos diversos casos que têm também envolvido a esposa no chamado «Luanda Leaks». Ambos foram acusados de terem retirado milhões de dólares dos cofres do Estado angolano através de uma sofisticada teia de sociedades e contas bancárias dispersos pelo mundo fora. Nos últimos meses, os seus negócios estavam a ser investigados designadamente pela justiça de Angola e de Portugal.
// RFI