Israel realizou ataques aéreos contra alvos islamitas em Gaza na noite desta quinta-feira (1), em represália ao lançamento de balões incendiários a partir do enclave palestino, que provocaram incêndios no território israelense.
Os ataques israelenses atingiram locais de treinamento, sem deixar feridos, informaram fontes de segurança do movimento Hamas, que controla a Faixa de Gaza desde 2007.
“Em resposta aos balões incendiários lançados contra o território de Israel, aviões de combate atacaram um local de fabricação de armas pertencente à organização terrorista Hamas”, escreveu o exército israelense, em um comunicado.
“Houve quatro incêndios na região de Eshkol“, perto da Faixa de Gaza, afirmou o corpo de bombeiros israelense, em um outro comunicado. As chamas foram controladas rapidamente. Em 18 de junho, a força aérea israelense já havia bombardeado alvos do movimento islamita Hamas na Faixa de Gaza, em represália ao lançamento de balões incendiários até Israel.
Esses são os segundos bombardeios desde 21 de maio, quando entrou em vigor o cessar-fogo que encerrou uma guerra de 11 dias com o Hamas, no poder na Faixa de Gaza, um enclave palestino de 2 milhões de pessoas há 15 anos sob o bloqueio israelense. Entre 10 e 21 de maio, 260 palestinos morreram por ataques israelenses na Faixa de Gaza, incluindo combatentes, segundo as autoridades locais.
Em Israel, o lançamento de foguetes a partir de Gaza matou 13 pessoas, entre elas um soldado, segundo a polícia e o exército .
O primeiro-ministro israelense, Naftali Bennett, disse nesta quinta-feira (1) em uma cerimônia militar que Israel “não tem vontade de lutar”, mas que se for “necessário”, “não vai hesitar” em lutar com uma “resposta massiva e forte”.
Trégua curta
A trégua foi quebrada pela primeira vez em 14 de junho. A aviação israelense realizou ataques aéreos contra a Faixa de Gaza no dia 15, após balões incendiários serem lançadas do território palestino contra o sul de Israel.
De acordo com fontes palestinas, a aviação israelense teve como alvo pelo menos um local a leste de Khan Younis, uma cidade ao sul da Faixa de Gaza, o enclave empobrecido de 2 milhões de pessoas. Cerca de mil apartamentos, escritórios e lojas foram destruídos na última guerra com Israel, a quarta desde 2008.
Na ocasião, o comandante do exército, general Aviv Kohavi, pediu ao seu estado-maior que “aumentasse a prontidão do exército” para uma “série de cenários”, incluindo “a retomada das hostilidades” após o conflito mais recente, que custou a vida de 260 palestinos – entre os quais crianças e adolescentes – e 13 pessoas em Israel, incluindo um menino, uma adolescente e um soldado.
O Egito, enquanto isso, tenta consolidar o frágil cessar-fogo que permitiu suspender a guerra relâmpago de maio. O Cairo e a ONU esperam apoiar a reconstrução de Gaza após o conflito que deixou prédios residenciais e infraestruturas completamente destruídos.
// RFI