Nesta quinta-feira (10) o tribunal de apelação de Lyon na França condenou a empresa americana Monsanto, líder mundial de biotecnologia de plantas, de intoxicar o agricultor francês Paul François.
A Monsanto foi reconhecida em 2012 como a principal “responsável” pelo envenenamento do agricultor francês com o herbicida Lasso. Foi o primeiro caso em que os interesses da Monsanto foram prejudicados, já que a causa do incidente foi estabelecida.
François Lafforgue, advogado do agricultor, comentou a situação:
“É uma decisão histórica. Pela primeira vez na França e em toda a Europa a Monsanto foi julgada culpada pela intoxicação com pesticidas de um trabalhador agrícola.
Há outros casos na França quando agricultores e trabalhadores agrícolas abriam processos penais contra Monsanto. O procedimento foi lançado e estamos à espera de decisões sobre estes casos”.
O advogado explicou a história do caso:
“A caraterística típica de pesticidas é que eles são muito perigosos, pelo menos os que foram usados antes do ano 2000 e neste momento foram retirados do mercado. Umas centenas de produtos perigosos deste tipo foram retiradas da venda depois de serem causa de envenenamento de toxinas e várias doenças sérias. Lutamos para que os produtores sejam levados à justiça e para que agricultores recebam compensações”.
“Eu acho que neste momento os processos penais infelizmente são mais importantes. Não podemos passar sem demanda judicial”.
“Eu penso que em perspectiva seria melhor criar um fundo de compensações para pessoas que sofreram de pesticidas como foi feito na França para vítimas de indexações de asbesto ou testes nucleares”, concluiu.
A Monsanto é uma empresa transnacional cuja produção principal são sementes geneticamente modificados de milho, soja e algodão e herbicida Roundup, um dos mais populares do mundo.
A Monsanto emprega 21 mil pessoas e tem representações em 66 países. Foi criada em 1901 e a sede fica em St. Loius no estado do Missouri.