A Arábia Saudita reconheceu nesta sexta-feira (19) que o jornalista saudita Jamal Khashoggi foi morto no seu consulado em Istambul, na Turquia, durante uma luta, referindo que 18 sauditas estão presos como suspeitos.
“Investigações preliminares realizadas pelo Ministério Público sobre o desaparecimento do cidadão saudita Jamal bin Ahmad Khashoggi revelaram que discussões, que ocorreram entre ele e as pessoas que se encontraram com ele durante a sua presença no consulado saudita em Istambul, levaram a uma luta com o cidadão, Jamal Khashoggi, que causou sua morte. Que sua alma descanse em paz”, refere a agência de notícias SPA, citando os procuradores sauditas.
A agência estatal de notícias saudita revelou também que um conselheiro próximo do príncipe herdeiro saudita, Mohammed bin Salman, foi demitido, junto com três líderes dos serviços de inteligência do reino e oficiais.
De acordo com a Reuters, o rei Salman ordenou ainda a formação de um comitê liderado pelo príncipe herdeiro Mohammed bin Salman para reestruturar os serviços secretos do reino. As informações reveladas até agora não identificam os 18 sauditas detidos pelas autoridades.
Essa é a primeira vez que as autoridades da Arábia Saudita, que até então negaram qualquer responsabilidade ou envolvimento no desaparecimento do jornalista, admitem a morte de Jamal Khashoggi.
Na semana passada, a CNN dava conta de que as autoridades sauditas se preparavam para admitir a morte do jornalista estando, para isso, elaborando um relatório, justificando a morte do jornalista como resultado de um interrogatório que “não correu bem”.
De acordo com o canal de notícias norte-americano, a Arábia Saudita acrescenta no relatório que a operação tinha sido realizada sem transparência e autorização, garantindo ainda que os responsáveis seriam punidos.
Trump considera justificativas “credíveis”
O presidente norte-americano considerou credíveis as explicações da Arábia Saudita sobre a morte do Jamal Khashoggi no seu consulado em Istambul. Donald Trump questionado por jornalistas se julgava a versão de Ríade “credível” respondeu: “Sim, Sim”.
“Ainda é cedo, não terminamos nossa avaliação ou investigação, mas acho que é um passo muito importante”, acrescentou, em referência às revelações sauditas.
Os Estados Unidos acrescentaram ainda, através da porta-voz da administração, Sarah Sanders: “Estamos tristes por saber que a morte de Khashoggi foi confirmada”.
Sanders disse ainda que tomaram nota do anúncio do reino saudita de que “a investigação sobre o destino de Jamal Khashoggi avança” e que foram tomadas medidas “contra os suspeitos que foram identificados até o momento”.
Ciberia // ZAP