As autoridades sauditas, que negaram ter dado ordens para matar o jornalista Jamal Khashoggi, estão elaborando um relatório em que admitem a morte do jornalista e a justificam como resultado de um interrogatório que “não correu bem”.
De acordo com a CNN, que divulgou a notícia nesta segunda-feira (15) e cita duas fontes não identificadas, a operação foi realizada sem autorização e sem transparência. O relatório garante ainda que os envolvidos serão responsabilizados.
Uma das fontes anônimas revelou também que o documento ainda está sendo elaborado, pelo que seu conteúdo pode sofrer alterações.
A CNN adiantou ainda, segundo as mesmas fontes, que o interrogatório tinha como objetivo final proceder ao rapto de Khashoggi do território turco para a Arábia Saudita.
Jamal Khashoggi, jornalista crítico do poder saudita e colaborador do diário norte-americano The Washington Post, não deu mais sinais de vida desde que entrou, em 2 de outubro, no consulado da Arábia Saudita em Istambul, na Turquia, para tratar da documentação necessária para casar com a namorada, cidadã turca.
Após seu desaparecimento, investigadores turcos disseram a responsáveis norte-americanos que tinham de gravações vídeo e áudio que comprovam que o jornalista tinha sido interrogado, torturado, assassinado e esquartejado no interior do edifício por uma equipe da segurança saudita, revelou o Washington Post no dia 12 de outubro.
Dias depois, os chefes das diplomacias do Reino Unido, França e Alemanha exigiram uma “investigação credível” ao desaparecimento de Jamal Khashoggi.
Donald Trump também revelou ter falado com o rei Salman da Arábia Saudita, que lhe teria dito para “ignorar” o que aconteceu ao jornalista saudita desaparecido. O presidente norte-americano anunciou ainda que o secretário de Estado, Mike Pompeo, iria à Arábia Saudita para se encontrar diretamente com o rei Salman.
Trump, grande aliado do reino saudita, já tinha anunciado no sábado que a Arábia Saudita poderia estar por trás do desaparecimento do jornalista e advertiu que, se fosse esse o caso, haveria um “castigo severo”.
Ciberia // ZAP