A Procuradoria Geral da Arábia Saudita admitiu, pela primeira vez, na madrugada desta quinta-feira (25), que o assassinato do jornalista saudita Jamal Khashoggi foi premeditado.
“As informações recebidas da Turquia através do grupo de trabalho conjunto entre a Turquia e a Arábia, indicam que os suspeitos do incidente realizaram a operação com uma intenção prévia“, revelou o promotor geral, citado pela agência estatal saudita SPA.
A conclusão das autoridades do reino, entretanto também confirmada pela Reuters, deve-se às informações que chegaram por parte dos investigadores turcos.
Essa é mais uma das versões apresentadas pela Arábia Saudita, que inicialmente negou qualquer envolvimento no desaparecimento do jornalista, afirmando que Jamal Khashoggi teria saído do consulado da Arábia Saudita, em Istambul, com vida.
Mais tarde, e depois de as autoridades terem corrigido a versão inicial, dando conta que o jornalista morreu no edifício, revelaram que a morte tinha ocorrido na sequência de uma “luta” corpo a corpo, entre agentes sauditas e Khashoggi – teria sido um acidente.
Agora, e depois de a Sky News divulgar que os restos mortais do jornalista teriam sido encontrados na terça-feira (23) no jardim da casa do cônsul da Arábia Saudita em Istambul, o reino tem uma nova versão dos acontecimentos: um crime premeditado.
Essa versão vai de encontro ao que defendeu o presidente turco. Erdogan foi categórico, afirmando não ter dúvidas: “Jamal Khashoggi foi assassinado de forma atroz e violenta”.
Ainda nesta quarta-feira (24), o príncipe herdeiro saudita, Mohammad bin Salman, assegurou que a Arábia e Turquia tomam todas as medidas para levar à Justiça os responsáveis pelo “crime hediondo” contra o jornalista saudita.
Desde de que Khashoggi desapareceu, no dia 2 de outubro, a Arábia tem apresentado diversas justificativas para a sua morte. Vários líderes europeus já pediram justificações credíveis, tendo a Alemanha ido mais longe, suspendendo a venda de armas para o Reino.