Pesquisadores do Royal Institution of Australia, uma organização científica australiana sem fins lucrativos, disseram que um asteroide com potencial para destruir cidades passou muito perto da Terra – e quase não o vimos.
Nomeado Asteroide 2019 OK, a rocha tinha cerca de 57 a 130 metros de largura e se movia em velocidade a uma distância de aproximadamente 73.000 quilômetros da Terra – menos de um quinto da distância até a lua.
“Francamente, deveria preocupar todos nós. Não é um filme de Hollywood. É um perigo claro e presente. Seria como uma arma nuclear muito grande”, esclareceu Alan Duffy, principal pesquisador do instituto australiano.
“É provavelmente o maior asteroide a passar tão perto da Terra em muitos anos”, complementou Michael Brown, astrônomo e professor da Universidade Monash, ao The Post. “Nos surpreendeu rapidamente”.
O asteroide foi detectado semana passada por duas equipes de astronomia diferentes, uma no Brasil e outra nos EUA. Os astrônomos não identificaram o objeto – de um tipo conhecido como “assassino de cidades” – até pouco tempo antes de se aproximar da Terra a cerca de 61 vezes a velocidade de um jato comercial.
Os dados sobre seu tamanho e órbita só foram compilados algumas horas antes de ele passar pelo planeta.
Para colocar seu tamanho em perspectiva, o incidente com meteoro de 2013 em Chelyabinsk, na Rússia, tinha apenas 20 metros de diâmetro e explodiu com mais energia do que uma arma nuclear.
Por que não o detectamos antes?
Como deixamos um asteroide tão grande quase passar despercebido? Justamente por conta de seu tamanho e órbita. Embora seja grande, o Asteroide 2019 OK não é do tamanho da rocha que causou a extinção dos dinossauros, por exemplo. Objetos deste tipo são detectados 90% das vezes por instituições científicas.
Além disso, o asteroide possui uma órbita muito elíptica. Segundo Brown, ele passou bem além da órbita de Marte, quase na órbita de Vênus, de forma que ficou difícil vê-lo de longe. Apenas três dias antes de seu encontro com a Terra, era mil vezes mais fraco para se detectar do nosso ponto de vista.
Por fim, há a questão da velocidade. Conforme se aproximava do planeta, o asteroide viajava a 24 quilômetros por segundo. As rochas espaciais detectadas recentemente possuíam velocidades entre 4 e 19 quilômetros por segundo.
Segundo os astrônomos, essa detecção de último minuto serve como um lembrete da ameaça real que asteroides podem representar para a Terra. Se tivesse nos atingido, teria sem dúvida resultado em incidentes devastadores.
Embora as chances de um grande asteroide “matar” uma cidade inteira sejam “modestas”, Brown afirma que vale a pena dedicar recursos para a detecção e prevenção destes tipos de objetos.
O Asteroide 2019 OK prova que existem outros por aí potencialmente perigosos dos quais não temos conhecimento, e eles podem se aproximar da Terra sem aviso prévio. De acordo com o The Washington Post, os astrônomos estão desenvolvendo pelo menos duas abordagens para tentar desviar asteroides possivelmente prejudiciais ao planeta.
Duffy explicou que uma das estratégias envolve empurrar o asteroide lentamente para longe da Terra, e a outra, chamada de trator de gravidade, usa a gravidade de uma espaçonave para desviar o objeto, se ele for detectado cedo o suficiente.
Ciberia // HypeScience / Futurism