Mais de 300 mulheres poderosas de Hollywood, entre elas as atrizes Meryl Streep, Reese Witherspoon, Jennifer Aniston e Eva Longoria, lançaram nesta segunda-feira um fundo de defesa legal destinado a ajudar mulheres menos privilegiadas a se defender de possíveis abusos sexuais no entorno laboral.
A iniciativa faz parte da base do movimento #MeToo (“Eu também”), que pede às mulheres de todo o mundo que denunciem os abusos sexuais contra si e que ganhou impulso por causa das acusações contra o poderoso produtor cinematográfico Harvey Weinstein.
Em carta publicada esta segunda-feira (1) no jornal The New York Times, o grupo de atrizes, diretoras, produtoras e outras trabalhadoras da indústria do cinema, da televisão e do teatro se dirigiram a suas “irmãs” em setores menos lucrativos da economia dos Estados Unidos.
“Queremos aumentar as vozes, poder e força das mulheres que trabalham em indústrias com salários baixos, cuja falta de estabilidade financeira as faz vulneráveis a altas taxas de violência e exploração baseada no gênero”, diz a carta, atribuída a “mais de 300 mulheres que trabalham no cinema, televisão e teatro”.
Para isso, criaram um fundo de defesa legal chamado “Time’s Up” (“Acabou o tempo”), que já soma US$ 13 milhões em doações e que procura ajudar essas mulheres com salários baixos a se proteger das consequências de denúncias de abusos sexuais.
“A cada mulher empregada na agricultura que teve que aguentar as tentativas de sedução de seu chefe, cada imigrante silenciada e para todas as mulheres submetidas a comportamentos indignos e ofensivos que passaram para ganhar a vida: estamos com vocês, as apoiamos”, indica a carta.
A campanha é inspirada em uma carta da Aliança Nacional de Camponesas, uma associação de 700 mil trabalhadoras agrícolas que em novembro escreveu às atrizes de Hollywood afetadas por abusos sexuais para expressar solidariedade com a situação e destacar que muitas trabalhadoras do campo sofrem diariamente.
Além do fundo de defesa legal, a iniciativa procura impulsionar legislação para penalizar as companhias que não tomem medidas contra o assédio sexual persistente, e trata também de fomentar a igualdade em Hollywood, em uma tentativa de conseguir a paridade nos estúdios de cinema e agências de talento.
A campanha também pede às mulheres que desfilarão em 7 de janeiro pelo tapete do Globo de Ouro que gerem consciência sobre o movimento ao se vestir de preto.
Entre as doadoras fundadoras do fundo legal estão Meryl Streep, Reese Witherspoon, Jennifer Aniston, a produtora Shonda Rhimes, a atriz Katie McGrath e seu marido, o diretor J. J. Abrams; e o diretor Steven Spielberg e sua esposa, a atriz Kate Capshaw.
Eva Longoria, America Ferrera, Natalie Portman, Ashley Judd, Emma Stone e Kerry Washington também integram o movimento “Time’s Up”, que começou a se reunir em outubro para evidenciar a indignação gerada pelo escândalo de Weinstein, segundo o “The New York Times”.
Ao fundo legal doaram também outras atrizes e figuras destacadas de Hollywood como Gwyneth Paltrow, Jessica Chastain, Alicia Vikander, Viola Davis, Ava DuVernay, Amy Poehler, Olivia Munn, Taylor Swift e Jill Soloway, de acordo com a revista “Variety”.
// EFE