Ciência por trás do café com leite pode ser aplicada a outros materiais

Uma equipe de cientistas dos Estados Unidos analisou a formação de camadas de líquido ao preparar um café com leite e concluiu que o mesmo sistema pode ser utilizado para criar efeitos parecidos em outros materiais suaves, informou nesta terça-feira (12) a revista científica Nature Communications.

Os especialistas, dirigidos por Howard Stone, da Universidade de Princeton, fizeram vários experimentos, nos quais despejaram café expresso quente em leite morno com velocidades diferentes, com o objetivo de analisar como os dois tipos de líquido interagiam.

De acordo com o estudo, quando o café é derramado rapidamente no leite, formam-se camadas diferenciadas de líquido, enquanto que, em velocidades mais lentas, o café e o leite simplesmente se misturam.

Os pesquisadores afirmam que a descoberta “serve para identificar um método simples que permite gerar estruturas com camadas em materiais suaves“.

Stone e seus colegas queriam saber como as estruturas com camadas podem ser criadas em situações quotidianas, como na preparação de um “latte”.

Sabe-se que, em materiais líquidos, diferentes padrões podem ocorrer quando um gradiente de calor faz com que um fluido se aqueça e se torne mais leve, e outro faz com que ele se esfrie e fique mais denso, dando origem a células convectivas.

Os especialistas explicam que a concorrência entre dois tipos de gradiente pode levar a um efeito semelhante, chamado “convecção de difusão dupla”, como acontece com a formação de camadas nos oceanos devido à concorrência entre as concentrações de salinidade e a variação de temperatura.

No caso do café com leite, a equipe constatou que “a convecção de difusão dupla é o mecanismo responsável pelo surgimento camadas de densidade” na bebida.

Segundo os especialistas, “há uma concorrência entre o gradiente térmico, devido à diferença de temperatura entre o expresso quente e o leite morno, e um gradiente de densidade, causado pela injeção de expresso”.

Os cientistas afirmam que existe “uma velocidade de injeção crítica, que é preciso alcançar para que surjam as camadas, pois, em velocidades mais baixas, os líquidos se misturam e não se separam em camadas”.

Os especialistas americanos acreditam que este exemplo cotidiano pode servir de referência “para produzir camadas em materiais suaves de maneira fácil e repetida em um contexto industrial”.

Os cientistas consideram que sua proposta de “estratégia para gerar camadas” pode ser especialmente útil na ciência dos alimentos e dos materiais.

Ciberia // EFE

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2 COMENTÁRIOS

  1. “Velocidades mais lentas” não é uma expressão correta. Seria melhor dizer “velocidades mais baixas”.
    Analise pelo oposto. A expressão “velocidades altas” é igual a “velocidades velozes”?

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