Testes realizados no fragmento de um osso que se acredita ser do Santo que inspirou a imagem do Papai Noel, o São Nicolau, confirmam que pertence ao período em que ele viveu. Os resultados alimentam a ideia de que poderemos estar perante provas físicas da existência do famoso “Papai Noel”.
O fragmento de osso foi examinado com um teste de radiocarbono feito pela Universidade de Oxford, no Reino Unido. Segundo a avaliação, a relíquia data do período em que São Nicolau viveu.
Em comunicado, a Universidade de Oxford explica que os pesquisadores Tom Higham e Georges Kazan analisaram uma “micro-amostra” do fragmento de um osso da pélvis que teria pertencido a São Nicolau e que está na posse do padre Dennis O’Neill, no Estado de Illinois (EUA).
Segundo Tom Higham, arqueólogo e professor da Universidade de Oxford, “o fragmento de osso indica que estamos, provavelmente, olhando para os restos de São Nicolau“.
Os testes com radiocarbono situam o osso no século IV depois de Cristo, o que coincide com as teorias de alguns historiadores, segundo os quais o Santo cristão teria morrido por volta do ano de 343. Assim, “os resultados obtidos sugerem que os ossos podem ser autênticos e pertencer ao Santo“.
Entregava bolsas de ouro pela chaminé
O Santo que inspirou a história do “Papai Noel” teria nascido no ano de 270, na então cidade grega de Patara. Acredita-se que ele teria viajado para a Palestina e o Egito, antes de regressar e se transformar no bispo de Mira, a atual Demre, na Turquia.
Originário de uma família rica, São Nicolau foi preso durante o reinado do imperador romano Diocleciano, sendo libertado apenas no reinado do seu sucessor, Constantino.
Como bispo, foi uma figura adorada pelos fiéis e conhecido pelas suas boas acções, acabando imortalizado por várias lendas passadas de geração em geração. Uma dessas lendas fala da entrega de bolsas de ouro a famílias necessitadas através de uma chaminé, o que inspirou parte da história sobre o Papai Noel.
Peças do quebra-cabeças que se complementam
As relíquias de São Nicolau são mantidas na cripta de uma igreja em Bari, na Itália, desde o século XI. Existem milhares de outros ossos apontados como sendo de São Nicolau, incluindo uma coleção armazenada em uma igreja em Veneza, mas suspeita-se da autenticidade de grande parte deles.
Agora, os pesquisadores querem fazer testes de DNA para “tentar mostrar que os ossos são do mesmo indivíduo”, explica Georges Kazan, bem como demonstrar como podem estar relacionados com o fragmento já analisado.
Na Igreja de Bari, não se encontra a pélvis completa do Santo, mas “apenas o ilíaco esquerdo (da parte superior do osso)”, explica a Universidade. Já o fragmento analisado é “da púbis esquerda (a parte inferior do osso), o que sugere que ambos os fragmentos de osso podem pertencer à mesma pessoa“.
“É excitante pensar que estas relíquias, tão antigas, podem, de fato, ser genuínas“, assume Georges Kazan. Contudo, os pesquisadores não podem assegurar que o osso pertence mesmo a São Nicolau. “A ciência nunca conseguirá provar definitivamente que é dele, apenas poderá provar que não é“, conclui Tom Higham.