A CNN Brasil convidou o comentarista Leandro Narloch para falar sobre ao vivo sobre a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), de liberar a doação de sangue por parte de homens homossexuais e mulheres transsexuais, considerada um avanço pela comunidade LGBT.
O jornalista, contudo, não compartilha da mesma opinião e acabou dando um show de homofobia e ignorância ao tentar “argumentar” contra.
“A mudança na verdade é pequena, ela vai restringir mais a conduta, e não o tipo de pessoa, a opção sexual (sic) do indivíduo. Toda essa polêmica começou porque, não há dúvida disso, os gays, os homens gays, eles têm uma chance muito maior de ter Aids, né? Em 2018, uma pesquisa mostrou que 25% dos gays de São Paulo eram portadores de HIV”, começou Narloch, sem citar a fonte de tal pesquisa. Ele também usou o termo errado: o correto é dizer “orientação sexual”, uma vez que ninguém tem a opção de de “escolher” sua sexualidade.
Apresentadores do Live CNN Brasil, Marcela Rahal e Phelipe Siani ficaram sem reação diante das frases ditas pelo comentarista. “Bom, é… A gente acabou de falar sobre essa mudança de protocolo: 2020 e só agora a gente teve retirado de fato esse impedimento de homossexuais fazendo doação de sangue”, falou Siani. Ambos os jornalistas não pareciam estar munidos de dados para contestar o comentarista convidado.
O que Narloch esqueceu de comentar é que, de acordo com um balanço divulgado em 2018 pela Secretaria de Estado de Saúde (SES), a maioria dos casos de detecção de HIV/Aids estão entre homens heterossexuais.
Segundo o Boletim Epidemiológico Nacional, dos 297 casos diagnosticados e notificados, 204 são homens, representando 68,68%. Dos novos casos 52% são heterossexuais e 18% são homossexuais. A fala do jornalista repercutiu na internet com muitas críticas.
“Mesmo que esse número seja exagerado, e de fato ele parece mesmo exagerado, o fato é que é dezenas de vezes maior, maior a chance do que na população geral. A questão é que outros critérios para exclusão já restringem os gays que têm comportamento promíscuo, né?”, continuou o jornalista.
A fala voltou a tornar os colegas de debate sem reação. “Gente”, limitou-se a falar Marcela, mudando o tema do programa para o aniversário da derrota por 7 a 1 que o Brasil sofreu da Alemanha na Copa de 2014, há seis anos.
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