Os alertas de desmatamento na Floresta Amazônica bateram o recorde histórico para o primeiro trimestre de 2020, comparado ao mesmo período dos últimos quatro anos, segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
Nos meses de janeiro, fevereiro e março de 2020 foram emitidos alertas para 796,08 km² da Amazônia, aumento de 51,45% em relação ao mesmo período de 2019, quando houve alerta para 525,63 km².
Em entrevista à Sputnik Brasil, Paulo Barreto, engenheiro florestal do Imazon (Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia), disse que os números indicam que o desmatamento em 2020 vai superar 2019.
“O desmatamento está tendendo a ser maior do que o ano passado. Mas para reverter essa tendência, o governo teria que agir rapidamente com medidas duras agora”, disse.
Os alertas de desmatamento têm como objetivo auxiliar as ações do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). Segundo Barreto, o governo brasileiro reduziu a fiscalização contra o desmatamento no Brasil.
“O governo tomou medidas que facilitam o desmatamento, incluindo reduzir a fiscalização desde o ano passado e publicar uma Medida Provisória que beneficia invasores de terras públicas, com isso fica a sensação de que o crime compensa”, afirmou.
Paulo Barreto disse que o desmatamento é mais grave no Pará, Mato Grosso e Amazonas.
“Os desmatadores estão mais ativos no sul do Pará, no norte de Mato Grosso e no sul do Amazonas. O governo tem prometido asfaltar a rodovia entre Porto Velho e Manaus e tem várias terras públicas nessa região, isso gera uma corrida pela grilagem dessas terras”, explicou.
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