A aviação brasileira está, mais uma vez, se transformando. Após amargar dois anos seguidos de quedas, o setor corre atrás do prejuízo. Primeiro, foi o anúncio da criação de uma franquia de bagagem. Trocando em miúdos, os tradicionais 23 quilos foram substituídos por 10 e o excedente cobrado.
Depois, empresas como a Gol e a Azul iniciaram a cobrança para mudança de assento. Se quiser alterar com antecedência tem que pagar entre R$ 10 e R$ 30. Agora, a novidade fica por conta da chegada de companhias aéreas de baixo custo ao mercado brasileiro.
A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) anunciou que a companhia argentina de baixo custo Flybondi foi autorizada pelo governo de seu país a operar no Brasil. Nos próximos dias, a agência brasileira deve oficializar a operação da empresa na rota São Paulo – Buenos Aires.
Atraídas justamente pelo arrocho promovido pelas gigantes brasileiras em conluio com a Anac, as empresas de baixo custo devem aterrissar com força por aqui. A norueguesa Norwegian Air, uma das maiores do setor, também manifestou interesse em operar rotas entre o Brasil e a Europa.
O esquema de viagem das companhias de baixo custo (low cost) é ainda mais rigoroso, pelo menos na Europa. Existe uma espécie de ditadura da bagagem, impedindo o cliente de embarcar com duas bolsas ou mochilas. Mala? Bom, tem que pagar por isso.
E tem mais: as empresas não oferecem nenhum tipo de alimentação durante o voo, tampouco totens para a impressão dos bilhetes ou revistas para passar o tempo. Tudo em nome da economia.
O namoro da aviação de baixo custo com o mercado brasileiro começou justamente com a aprovação da cobrança por malas, propostos pelas empresas brasileiras. A resolução 400, sancionada em dezembro de 2016, foi o ponto de partida para as estrangeiras olharem para ao Brasil.
Importante: ao contrário do anunciado, os preços das passagens não caíram. Segundo a Anac, no primeiro trimestre deste ano, o valor dos bilhetes ficou 7,9% mais caro.
Em entrevista à Folha de São Paulo, Guilherme Amaral, sócio do escritório ASBZ e especialista em direito aeronáutico, diz que a Gol foi uma das precursoras desta prática econômica, mesmo assim ela nem se aproxima da conduta adotada pelas europeias, assinala.
“As mudanças recentes na regulamentação abriram espaço para lançarem modelos de negócios diferentes, o que é ótimo. Mas a Gol, que nasceu e por muito tempo insistiu em se posicionar como low cost, é muito diferente do que são as verdadeiras low cost no exterior”, explica.
Ciberia // Hypeness
O problema no Brasil – todos sabem – é a carga tributária